APARIÇÕES DA VIRGEM EM 1830: MÃE DAS APARIÇÕES DOS SÉCULOS XIX E XX - PARTE I
O
que primeiro impressiona nas aparições da Capela da rua du Bac,
quando as comparamos com as manifestações posteriores da Santíssima
Virgem, aprovadas pela Igreja, são as numerosas relações
existentes com as últimas.
Não
somente é necessário relacioná-las com as outras quatro grandes
manifestações marianas que se sucederam na França ao longo do
século XIX: em 1846 em la Salette; em 1858 em Lourdes; em 1871 em
Pontmain; em 1876 em Pellevoisin, como também assinalar sua conexão
com as de Fátima em 1917.
As
aparições de 1830 contém o gérmen de todas as outras. São como o
resumo de tudo o que Maria dirá cada vez com mais claridade e
insistência em suas manifestações sucessivas. Maria tem um plano
que vai se desenrolar com maior precisão nas outras intervenções.
Como se tem dito: a aparição a Santa Catarina Labouré é a
aparição mãe da qual se originaram todas as demais.
Deste
ponto de vista, as manifestações posteriores da Santíssima Virgem
podem também nos ajudar a encontrar o sentido de tal ou qual detalhe
simbólico das aparições da Capela da rua du Bac. Assim, no
transcurso de suas aparições posteriores dos séculos XIX e XX,
Maria vai insistir mais e mais sobre o Rosário.
Em Salette, onde
fala também abundantemente por símbolos, Maria leva ao redor de sua
coroa, nas bordas de seu lenço e de seu vestido, rosas da cor
rosada, rocha e ouro. Não há que se duvidar: Maria quer nos falar
do Rosário com seus mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos.
Em
Lourdes é ainda mais precisa, leva o Rosário em seu braço, toma-o
entre seus dedos, faz sinais a Bernadette para que o reze, se associa
também à reza passando as contas do Rosário, dizendo o Glória ao
Pai juntamente com a menina. Enfim, em Fátima, porém, será mais
explícita: Maria aparece seis vezes e a cada vez pede a reza diária
do Rosário. E em sua última aparição, em 13 de outubro de 1917,
declara:
"Sou
Nossa Senhora do Rosário. Desejo que se construa aqui uma Capela em
honra minha e que se continue rezando o Rosário todos os dias."
Havendo
dito isto, seria desconcertante não se encontrar o anúncio do
Rosário em 1830. Com efeito, como veremos mais adiante, parece
correto afirmar-se que os quinze anéis esmaltados com pedras
preciosas que Maria leva em cada mão, não têm outro significado
senão os quinze mistérios do Rosário. A constatação destas
relações com as manifestações posteriores de Maria, mostra-nos,
por conseguinte e de antemão, a importância e a riqueza das
aparições a Catarina Labouré.
ASSENTA (FIRMA) O DOGMA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Parece
comprovado que a Medalha Milagrosa suscitou a corrente de fé e
desejada invocação, por assim dizer-se, o grau de pressão
espiritual necessária para a definição dogmática de 1854.
Com
efeito, é devido às milhões de medalhas que a Medalha da Imaculada
Conceição (como se chamava a princípio), rapidamente se expandiu
como um rastro de pólvora, não só na Europa, senão também em
todo o mundo, semeando graças de conversões e frequentes milagres,
daí o nome que lhe outorgou a voz do povo: "Medalha Milagrosa".
Desde
1833 (a medalha começou a ser cunhada em 1832) chegam cartas de
bispos à rua du Bac ou ao arcebispado de Paris para atestar que a fé
renascia, que a oração florescia de novo; movimentos de conversão
manifestavam a razão da difusão da medalha de Maria sem pecado
concebida, revelada em Paris. Por isso, em todas as partes reclamavam
a famosa medalha, não só as pessoas, como também paróquias
inteiras e ainda dioceses, por meio de seus párocos e bispos, de
maneira que a invocação "Oh
Maria concebida sem pecado...", que
chegou a ser como uma oração-jaculatória dos anos de 1830 a 1850,
preparava todos os corações católicos para o ato solene pelo qual
Pio IX proclamaria, em 8 de dezembro de 1854, como dogma de fé e que
devia ser crido por todo o mundo, o fato de que Maria foi preservada
do pecado original desde o primeiro instante de sua Concepção.
Esta
contribuição da Medalha Milagrosa à criação do ambiente adequado
para proclamação deste dogma (Imaculada Conceição), foi
reconhecida no Congresso Romano do Cinquentenário da definição da
Imaculada Conceição em 1904.
Foi
firmado também pelo Ofício Litúrgico de Nossa Senhora da Medalha
Milagrosa. A Providência Divina tudo conduz maravilhosamente. A
definição dogmática de 1854 foi preparada pelas aparições da rua
du Bac e confirmada magnificamente pelas de Lourdes em 1858.
Continua ...
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FONTE: excertos extraídos do artigo denominado "Medalha Milagrosa: Explicações das Aparições", por René Laurentin, capturado em http://www.misevi.org/docs_web/esp/art/mm_explicacion/mm_explicacion_total.htm, traduzido e adaptado por nós para o português do Brasil - O título é nosso.
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