Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

sábado, 27 de abril de 2019


MEMÓRIA MENSAL DE REVELAÇÃO DA MEDALHA MILAGROSA


Medalha Milagrosa, frente e verso

SIMBOLISMO DA VIRGEM DA MEDALHA
(PARTE II)



Na “Memória Mensal” de março próximo passado (VIDE AQUI), mostrou-se a expressão simbólica da Medalha Milagrosa referente à primeira prerrogativa da Virgem Imaculada: sua Imaculada Conceição, simbolizada na efígie de Nossa Senhora pisando sobre a cabeça da serpente infernal (anverso da medalha), representação do poder que teve a Mãe de Deus sobre o demônio, desde a origem (cf. Gn 3, 15).

Na Memória deste mês, Pe. Jerônimo P. de Castro, CM, continua o tema, mostrando-nos os demais simbolismos da Medalha:

A segunda prerrogativa que se manifesta na visão da Irmã Catarina é a onipotente intercessão da Santíssima Virgem no céu. – Que faz Maria no céu? – Como seu Filho, não cessa de interceder por nós e de derramar sobre nós as graças, que a sua prece poderosa alcança de Deus.

Isto mesmo, ela quis exprimir, manifestando-se à Irmã Catarina em duas atitudes diferentes: na atitude de prece com o mundo nas mãos, aquecendo-o, por assim dizer, ao calor do seu coração, e pedindo para humanidade a misericórdia divina; – e na atitude de rainha, cujas mãos abertas e cheias de graças infundem confiança e derramam favores sobre quantos a invocam1.
A Virgem Imaculada na segunda fase da
aparição de 27 de Novembro de 1830
com o globo nas mãos

Não somente o fato da intercessão de Maria, mas ainda o modo e a amplitude dessa intercessão se veem no simbolismo das aparições de 1830.

Uma pequena cruz de ouro – a cruz de Jesus Cristo – em cima do globo que a Virgem tem nas mãos, enquanto oferece interiormente os seus méritos e as suas orações. Ora, apresentar Jesus Cristo, unir as preces e merecimentos aos de Jesus Cristo, eis que consiste precisamente a grandeza de Maria na distribuição das graças.

Aparece, portanto, a intercessão de Maria como real e subordinada. Quanto à extensão, os teólogos discutem sobre a sua universalidade. Bossuet pensa que Deus, tendo-nos dado Jesus Cristo pela Virgem Imaculada, esta ordem permanece, visto que Deus não se arrepende de seus dons. É e será sempre verdade, – é preciso reafirmar aqui este princípio, – que tendo Jesus recebido de Maria o princípio universal da graça, dela recebemos ainda as suas diversas aplicações em todos os diferentes estados da vida cristã. Tendo a sua caridade materna contribuído para nossa salvação eterna, no mistério da Encarnação, que é o princípio universal da graça, contribuirá perpetuamente para todas as outras operações que dependem daquele mistério2.

A voz, ouvida pela Irmã Catarina, não fala de modo diferente: 'Minha filha, este globo que vedes, representa o mundo inteiro, especialmente a França, e cada pessoa em particular. Reparai bem: o mundo inteiro, especialmente a França, e cada pessoa em particular'.

Voltando, enfim, o quadro, o reverso da Medalha fala, por sua vez, linguagem bem eloquente: 'O M e os dois corações dizem bastante'. O M encimado de uma cruz, e os dois corações justapostos, ornados com emblemas da Paixão, parecem indicar o mistério inefável da corredenção por Maria.

Conforme o ensino do Santo Padre Pio X, na Encíclica do cinquentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, houve 'entre Jesus e Maria completa comunhão de vida e de sofrimento, cabendo, pois, a ambos, com igual direito, a palavra do profeta: Minha vida se consumiu na dor, meus anos em gemidos. – A Virgem estava de pé, junto da cruz, horrorizada sem dúvida com a crueldade do espetáculo, contudo feliz porque seu Filho se imolava pela salvação da humanidade; em todo caso, participava de tal modo das suas dores, que lhe seria mil vezes preferível tomar sobre si os tormentos que o afligiam'3.
Na terceira fase da aparição de 27 de Novem-
bro de 1830, a Virgem Imaculada com   os
braços estendidos

E o Papa conclui: 'A consequência desta comunhão de sentimentos e de sofrimentos é que Maria mereceu, muito legitimamente, tornar-se reparadora da humanidade decaída, e portanto a dispensadora de todos os tesouros que Jesus conquistou com sua morte e o seu sangue'.

Não era, pois, esta especial participação da Santíssima Virgem no mistério da Redenção que Irmã Catarina podia ler no reverso do quadro da grande manifestação?

Imaculada Conceição, – Intercessão toda poderosa, – Inefável corredenção, – eis a tríplice aurora de que aparece revestida a Mãe de Deus, na tarde de 27 de Novembro de 1830.


RENOVEMOS A NOSSA CONSAGRAÇÃO À VIRGEM IMACULADA NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA


Ó VIRGEM MÃE DE DEUS, MARIA IMACULADA, nós vos oferecemos e consagramos sob o título de NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA, o nosso corpo, o nosso coração, a nossa alma, e todos nossos bens, espirituais e temporais. Fazei que esta Medalha seja para cada um de nós um sinal certo de Vosso afeto para conosco, e uma recordação contínua dos nossos deveres para convosco. E ao trazer a vossa Medalha, guie-nos sempre a vossa amável proteção e nos conserve na graça de vosso Divino Filho.
Ó poderosíssima Virgem, Mãe de Nosso Salvador, conservai-nos unidos a Vós em todos os momentos de nossa vida. Alcançai a todos nós, os vossos filhos, a graça de uma boa morte, a fim de que juntos convosco possamos gozar um dia da celeste beatitude. Amém.
Repete-se 3(três) vezes a invocação: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.



USE A MEDALHA MILAGROSA




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_______________
1 Circulaire du T. H. Père Fiat, 1895.

2 Bossuet, Sermon pour la fête de la Concepction de Marie

3 Enc. Ad diem illum, de 2 Fev. 1904.




Fonte: livro “Santa Catarina Labouré e a Medalha Milagrosa”, Pe. Jerônimo P. de Castro, CM, Editora Vozes, 1951, pp. 108-111. Texto revisto e atualizado, com alguns destaques nossos.

segunda-feira, 15 de abril de 2019


VIRGEM IMACULADA: MÃE, MEDIANEIRA E CORREDENTORA



“… Nas necessidades, Maria faz-se nossa intérprete, como uma mãe para o seu filhinho doente. A criança sabe chorar, mas não sabe exprimir-se. Tanto pode ser um alfinete a picá-lo, como a fome e a doença. Então a mãe fala por aquele que não o sabe fazer. E do mesmo modo que uma mãe conhece as necessidades do seu menino melhor do que ele mesmo, assim Nossa Senhora compreende e conhece as nossas lágrimas e preocupações melhor do que nós. Assim como uma criança precisa do médico, assim Nossa Senhora sabe que nós necessitamos do Seu Filho. Nosso Senhor é medianeiro entre nós e o Pai Celeste: igualmente Nossa Senhora é medianeira entre nós e Jesus. Ela enche as nossas talhas vazias, abastece-as com o elixir da vida, salva nas nossas alegrias. Maria não é a nossa redenção: não caiamos no absurdo. Assim como a mãe não é o médico, assim Maria não é o Redentor; do mesmo modo porém que muitos de entre nós devem a conservação da sua vida física à mãe terrena, assim devem a conservação da sua vida espiritual à Mãe de todas as mães, a Nossa Senhora.
Três anos depois das bodas de Caná, já tudo se havia realizado. Chegara a hora; o vinho transformara-se em sangue. Jesus operou os milagres e os homens crucificaram-nO.
O Senhor contempla da Cruz as duas criaturas que Lhe são mais queridas sobre a terra: João e a Sua Santa Mãe. Ele retoma agora o tema de Caná e dirige-se a Ela numa segunda Anunciação, com o mesmo título que Lhe conferiu na festa das núpcias: "Mulher." Com um movimento dos Seus olhos cheios de pó e da Sua Cabeça coroada de espinhos, olha com ternura para Aquela que conscientemente O instigou à Cruz e que agora está à sua direita, aos pés dele, e diz-Lhe : "Este é Teu Filho." Depois dirige-se a João e não o chama pelo nome, porque não fala somente ao filho de Zebedeu, mas a todos nós, e diz: "Esta é tua Mãe."

Depois de tantos anos, é esta a resposta às palavras misteriosas do Evangelho da Encarnação: "deu à luz o Seu primogênito." Quereria isto dizer que Nossa Senhora havia concebido outros filhos? Decerto, mas não segundo a carne. Devia ter outros filhos segundo o espírito: João é o Seu segundo filho; Pedro, André, Tiago, terceiro, quarto, quinto e assim sucessivamente até nós, milhões de milhões de filhos. Na alegria de Belém tinha gerado o Seu Primogênito, Jesus. Na dor aos pés da Cruz, há de agora gerar o Seu segundo filho e a nós todos, não por figura da metáfora, mas em virtude das dores como de parto. Assim como uma mãe não pode esquecer os filhos do seu seio, tampouco Ela pode esquecer os filhos gerados em semelhante dor e agonia. Do mesmo modo que temos uma mãe terrena que nos deu à luz através dos trabalhos da carne, assim temos uma outra Mãe que nos leva a Jesus através dos trabalhos do espírito. Estou certo de que nenhum de vós permitirá que um preconceito nascido há umas centenas de anos o impeça de aceitar a necessidade de ter como Mãe Aquela que o Senhor nos deu aos pés da Cruz.
A Ela vos recomendo, um a um. Que dos vossos lábios saia uma só e essencial oração; de fazerdes a vontade de Deus para poderdes cumprir o preceito de Caná: "Fazei o que Ele vos disser". E terminemos com as palavras de Mary Dixon Thayer:

Senhora tão formosa, e de azul vestida,
Ensinai-me a rezar!
Se Deus é o teu Filho, pois O deste à vida
Ensina-me a maneira de como lhe falar!

Tiveste-O sentadinho sobre os teus joelhos.
De manhãzinha, à tarde e de noite também,
E foste tu a dar-Lhe os primeiros conselhos
E a contar-Lhe histórias, como a minha mãe.

De noite, quantas vezes as Suas mãozinhas.
Nas tuas descansaram em gesto de criança!
Não quererás deixar-me descansar as minhas
A Seus divinos pés, como penhor de esperança?

E se Jesus quisesse ouvir minha oração?
Se Ele escutasse atento o meu balbuciar?
Eu quisera exprimir a voz do coração;
Mas, ai, não sei rezar!

Confio me darás, Senhora, o teu ensino,
Para fazer do peito em prece o Seu altar.
Tu que a Jesus conheces desde pequenino.
Ensina-me a rezar!


Hoje é dia da NOVENA PERPÉTUA A VIRGEM IMACULADA NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA. Reze Conosco! CLIQUE AQUI ou acesse a coluna lateral à sua direita.




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FONTE: livro Nossa Senhora, Fulton J. Sheen, Edições Paulinas, 1953, excertos do “Nossa Senhora da Redenção”, pp. 144-146 – O título é nosso assim como os destaques. Texto revisto e atualizado.

segunda-feira, 1 de abril de 2019


MARIA IMACULADA, NOSSA “CORREDENTORA”



Já tivemos oportunidade de mostrar aqui neste blog, por mais de uma vez, a riqueza simbólica da Medalha Milagrosa da Virgem Imaculada, inclusive transcrevendo artigos do Pe. René Laurentin, mariólogo de nosso tempo, que faz ver-se a Medalha Milagrosa como um verdadeiro “compêndio de mariologia”.

Hoje, já nos aproximando das celebrações da Semana Santa, quando, ao lado daquelas dedicadas à Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, também celebra-se também as dores e sofrimentos de Maria Santíssima, aos menos seus devotos, sendo muito comum a representação de seu Coração Imaculado transpassado por uma ou sete espadas (referência às suas Sete Dores).

A Medalha Milagrosa da Virgem Imaculada de 1830, em seu reverso, traz-nos expressa referência a esse momento tão crucial das vidas de Jesus e Maria, pois vê-se impresso ambos os Corações dolorosos de forma justaposta: ao lado do Coração Sacratíssimo de Jesus (coroado de espinhos, encimado pela cruz e transpassado pela lança, na cruz), temos o Coração doloroso de Maria (transpassado por uma espada).
Reverso da Medalha Milagrosa

Além dos Corações de Jesus e Maria, há a Cruz de nossa redenção, sobre um travessão (altar do sacrifício Eucarístico), ambos apoiados no M (monograma do nome de Maria).

Tais símbolos expressam, de uma maneira bem objetiva e inconfundível, a efetiva participação da Virgem Imaculada no plano salvífico de Deus: a Redenção do gênero humano, sua Corredenção.

Padre René Laurentin1, com seu peculiar magistério, descreve-nos toda a grandeza destes símbolos gravados no reverso da Medalha Milagrosa pelo Céu:

O anverso da Medalha mostra Maria como dispensadora de todas as graças; o reverso ensina outra verdade. Apresenta Maria unida a Jesus na aquisição da graça. Porque a Virgem não é só distribuidora de todas as graças. Com Cristo e no Calvário, é também a CORREDENTORA, adquirindo com seu Filho as graças que poderá distribuir.

A letra M leva encima a Cruz. Esta se apoia sobre Maria, está como que plantada n'Ela, por assim dizer. Pode ser que haja nesta uma alusão à Maternidade divina da Virgem. Porém, neste simbolismo está certamente afirmado que Jesus e Mara no constituem mais que UM na obra da Redenção.

Os dois Corações dolorosos de Jesus e Maria, justapostos, têm o mesmo significado. Não somente um mesmo amor, senão também um mesmo sangue que jorraram destes dois corações. O sangue que o Filho oferece sobre a Cruz, é o sangue que recebeu de sua Mãe e quando a lança do soldado transpassa o Coração de Jesus, é o sangue de Maria que correrá.

É, por outro ângulo, o que ensina o Vaticano II na Constituição dogmática sobre a Igreja (Lumem Gentium), no Capítulo VIII, Nro. 61: 'Maria foi associada à obra redentora de seu Filho a título absolutamente único... padecendo com seu Filho que morria na cruz, contribuiu com a obra do Salvador, uma cooperação absolutamente sem paradigma… a fim de restaurar a vida sobrenatural nas almas. Por isso é para nós, na ordem da graça, nossa Mãe.'

Certamente, Jesus sozinho, porque é Deus, podia ser o Redentor pleno e necessário, porém, quis que sua Mãe participasse, dependendo d'Ele de um modo secundário e não necessário e por uma graça merecida por Ele, no mistério da Redenção. Ao lado do novo Adão, Cristo, Maria é a nova Eva, que colaborou em nosso resgate, como a primeira Eva contribuiu com o primeiro Adão em nossa ruína.

E que não se diga que há aqui uma interpretação forçada do Vaticano II, e que no texto citado acima não se trata de CoRRedenção. A palavra sem dúvida não está (expressa), mas se encontra a realidade. E um mariólogo tão entendido como o Pe. Balic, presidente da Academia Pontifícia Mariana, não duvidou ao afirmar, no Primeiro Congresso Mundial de Teologia Pós-conciliar, ocorrido em Roma em fins de setembro de 1966, diante de 1200 teólogos e peritos, que o texto conciliar contém, com certeza, a afirmação da mediação e da CoRRedenção mariana, assim como ensina a Maternidade espiritual de Maria, em relação aos fieis, como jamais e em nenhuma parte, havia sido afirmada com tanto vigor.2

Portanto, aí está mais um símbolo de singular grandeza presente na Medalha Milagrosa, incitando-nos a uma terna e filial devoção aos Corações de Jesus e Maria, unidos na Encarnação e na Paixão do Senhor, nestas e em todas as demais circunstâncias de suas santas vidas, unidos por nossa Redenção.

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!

Coração doloroso e imaculado de Maria, sede a nossa salvação!

Sacratíssimo Coração de Jesus, nós confiamos em Vós!

Por Maria a Jesus!

Sou Todo Teu, Maria.





Hoje é dia da Novena Perpétua da Virgem Imaculada da Medalha Milagrosa. Reze conosco (Clique Aqui), ou acesse a coluna lateral à sua direita. 







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1 O Pe. René Laurentin foi um teórico francês, grande mariólogo de nossa época, tendo escrito diversas obras, e falecido em 10.09.2017.

2 http://www.misevi.org/docs_web/esp/art/mm_explicacion/mm_explicacion_total.htm – A tradução e adaptação para o português do Brasil é nossa.