Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020


VIRGEM IMACULADA EM LOURDES: O TRIUNFO DA IMACULADA CONCEIÇÃO

(Foto: blog Pale Ideas)

Pouco menos de quatro anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria por Sua Santidade o Papa Pio IX, através da bula “Ineffabillis Deus” (traduzindo-se do latim: “Deus Inefável”), no dia 8 de Dezembro de 1854, “o inefável Deus” abriu mais uma vez seu magnânimo Coração à humanidade pecadora, permitindo que Àquela que gerou em suas entranhas virginais seu Filho Unigênito, Àquele que nem os céus puderam conter, viesse como a confirmar o que a Igreja proclamara, ou como diria mais tarde o Santo Padre Papa Pio XII: “'O que em Roma, pelo seu magistério infalível, o sumo pontífice definia, a Virgem Imaculada Mãe de Deus, a bendita entre as mulheres, quis, ao que parece, confirmá-lo por sua boca, quando pouco depois se manifestou por uma célebre aparição na gruta de Massabielle'. Certamente, a palavra infalível do pontífice romano, intérprete autêntico da verdade revelada, não necessitava de nenhuma confirmação celeste para se impor à fé dos fiéis. Mas com que emoção e com que gratidão o povo cristão e seus pastores não recolheram dos lábios de Bernardete essa resposta vinda do céu: 'Eu sou a Imaculada Conceição'!1

Essa foi a sensação que se verificava entre os católicos que tomavam conhecimento da nova aparição da Santíssima Virgem Imaculada, também na França, mas agora em uma cidade situada às margens do rio Gave, Lourdes, hoje mundialmente conhecida e que atrai milhões de peregrinos pelos extraordinários acontecimentos que se realizaram, e ainda se realizam, por meio da Medianeira de todas as Graças.

Não foi diferente a reação de Santa Catarina Labouré ao tomar conhecimento das aparições: É a mesma!, e mais tarde, em correspondência confidencial à sua Superiora, Irmã Dufès, fez a seguinte reflexão: Quando a Santíssima Virgem apareceu a Bernadette, disse-lhe: Eu sou a Imaculada Conceição. Vê-se logo que é a nossa.2

A propósito, a imagem da Virgem da Acolhida existente na Paróquia de Lourdes (foto ao lado), já na época das aparições, depois identificada por Santa Bernadette Soubirous como parecida à Senhora que lhe aparecia na gruta de Massabiele, lembra muito a Virgem Imaculada Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Apresenta a Virgem Maria sobre meia esfera, pisando na serpente e com os braços estendidos.

Pois bem.

Foram dezoito as aparições da Mãe de Deus, em Lourdes, a Santa Bernadette, todas no ano de 1858: a 1ª no dia 11 de fevereiro, a 2ª no dia 14 de fevereiro, a 3ª no dia 18 de fevereiro, a 4ª no dia 19 de fevereiro, a 5ª no dia 20 de fevereiro, a 6ª no dia 21 de fevereiro, a 7ª no dia 23 de fevereiro, a 8ª no dia 24 de fevereiro, a 9ª no dia 25 de fevereiro, a 10ª no dia 27 de fevereiro, a 11ª no dia 28 de fevereiro, a 12ª no dia 1º de março, a 13ª no dia 2 de março, a 14ª no dia 3 de março, a 15ª no dia 4 de março, a 16ª no dia 25 de março (Festa da Anunciação, quando a Virgem revelou seu nome), a 17ª no dia 7 de abril, e a 18ª e última aparição, no dia 16 de julho (Festa de Nossa Senhora do Carmo).

Cada aparição traz uma mensagem e tem seu valor mariano e teológico, entretanto, destacaremos apenas algumas que julgamos se destacarem sobre as demais.


A primeira Aparição se deu em 11 de Fevereiro de 1858, numa fria manhã de quinta-feira, por volta do meio-dia, tendo Bernadette ido à procura de gravetos com suas companheiras Toinette (irmã) e Jeanne Abadie (sua vizinha). Após chegarem às margens do rio Gave, onde havia na parede rochosa uma gruta, conhecida pelo nome de Massabiele, as duas companheiras da Vidente logo entraram na água a fim de atravessar o canal, mas Bernadete exitou haja vista as diversas recomendações de sua mãe, por causa da asma. Entretanto, terminou abaixando-se, e após tirar os sapatos e começar a tirar as meias, ouviu um forte barulho como se fosse “um pé de vento”.

Tendo olhado para as árvores, constatou que os galhos e as folhas não se mexiam (não balançavam), dando continuidade à retirada das meias quando o barulho se repetiu, e ao olhar ao redor, viu que brilhava uma luz dentro da gruta, num buraco acima dos ramos de uma roseira brava. Dentro da luz havia “uma jovem maravilhosa, vestida de branco com as mãos estendidas em acolhimento, como a chamá-la. Trazia um longo cinto azul na cintura, um véu transparente sobre os cabelos longos, e sobre cada pé descalço havia uma rosa dourada”.

Bernadette ficou estupefata, parecia-lhe um sonho, esfregou os olhos, mas aquela figura e aquele sorriso acolhedor não desapareciam. Depois, assim relatou a visão:

Meti a mão no bolso e encontrei o Terço. Queria fazer o sinal-da-cruz, mas não pude levantar a mão à testa. O espanto apossou-se de mim mais fortemente, a minha mão tremia. A Senhora fez o sinal-da-cruz. Então tentei pela segunda vez, e consegui. Logo que fiz o sinal-da-cruz, a grande comoção que sentia desapareceu. Pus-me de joelhos e rezei meu Terço na presença da linda Senhora. Ela fazia passar pelos dedos as contas do rosário que tinha nas mãos, mas não mexia os lábios. Quando acabei o Terço, ela fez-me sinal para me aproximar. Mas não ousei. Então, desapareceu de repente”.

Após aquele encontro foi em direção às companheiras, e teve que responder o motivo de ter ficado de joelhos, rezando por tanto tempo. Mas suas companheiras nada viram e, ao chegarem em casa, contaram tudo aos pais, tendo a santa Vidente sido duramente repreendida, e impedida de retornar à gruta.
Santa Bernadette Soubirous, a vidente.


A segunda aparição se deu no domingo subsequente, dia 14 de Fevereiro de 1858, aproximadamente no mesmo horário. Nesta aparição se destaca a atitude da Menina ao levar consigo uma garrafinha de água benta para aspergir sobre a aparição. Após a reza do Terço, apareceu-lhe a Santíssima Virgem, e Bernadette assim narra o ocorrido: Então comecei a jogar água benta nela, dizendo que, se vinha da parte de Deus, que permanecesse; se não, que fosse embora; e me apressava sempre a jogar-lhe água. Ela começou a sorrir, a inclinar-se. Mais água eu jogava, mais sorria e girava a cabeça, e mais a via fazer aqueles gestos. Eu então, tomada pelo temor, me apressava a aspergi-la mais, e assim o fiz até que a garrafa ficou vazia. Quando terminei de rezar meu terço, Ela desapareceu e não me disse nada. Nós nos retiramos para assistir às vésperas.

As primeiras palavras da Virgem Imaculada a Santa Bernadette só ocorreu na terceira aparição, 18 de Fevereiro de 1858 (quinta-feira), quando apresentou um papel para que Nossa Senhora escrevesse seu nome e o que desejava, sorrindo respondeu a Virgem: Não é necessário, e mais adiante, Quer ter a bondade de vir aqui durante 15 dias? Diante da resposta afirmativa da Vidente, acrescentou: Não prometo tornar-te feliz neste mundo, mas no outro.

A quarta aparição foi marcada pelo silêncio, mas na quinta aparição a Santa Virgem ensinou à Bernadette uma oração somente para ser rezada por ela, nunca foi revelada. Na oitava aparição, a Vidente repetiu às pessoas que se encontravam próximas à gruta as palavras da Mãe de Deus: Penitência! Rezem a Deus pela conversão dos pecadores, pedindo ainda a Santa um ato de penitência: Vai beijar a terra em penitência pelos pecadores, tendo todos ficado muito impressionados com a mensagem.

Na nona aparição a afluência de pessoas já era grande (aproximadamente 300 pessoas), tendo nesta aparição do dia 25 de Fevereiro de 1858 (quinta-feira) a Virgem Santa dito à menina que bebesse e banhar-se na água da fonte, Mas, como não a via, fui beber no Gave. Ela me disse que não era ali, e me fez um sinal com o dedo para ir à gruta, mostrando-me a fonte. Eu fui, mas só vi um pouco de água suja. Parecia lama, e em tão pequena quantidade, que com dificuldade pude colher um pouco no côncavo da mão. Eu me pus a arranhar a terra, até poder colhê-la, mas três vezes a joguei fora. Foi só na quarta vez que pude bebê-la, de tal maneira estava suja, e ainda ordenado para que comesse a grama da gruta: Ela me disse para comer da erva que se encontra no mesmo local onde eu fui beber. Foi só uma vez, ignoro por quê.

A décima aparição, no dia 27 de Fevereiro de 1858 (sábado), foi marcada pelo gesto de Bernadette: caminhou por 15 minutos de joelhos e beijando o chão, recomendando que a multidão que ali se encontrava (800 pessoas), repetissem como ato de penitência. A partir daquele dia, a pedra sagrada e o chão da gruta de Massabielle passaram a ser beijados por pessoas do mundo inteiro.

Na décima terceira aparição, dia 2 de Março de 1858 (terça-feira), a quantidade de pessoas que acorriam à gruta passava de 1600, e a Virgem se dirige à Vidente, dizendo: Vai dizer aos sacerdotes que venham aqui em procissão e construam uma capela.

Somente na décima sexta aparição – na manhã do dia 25 de Março de 1858 (Festa da Anunciação) – a Mãe de Deus revela seu nome à Santa: Depois dos quinze dias, eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas. Ela sorria sempre. Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois braços ao longo do corpo [como na Medalha Milagrosa], levantou os olhos ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito, que ela era a Imaculada Conceição, ou no dialeto local: Que soy era Immaculada Counceptiou.

As Aparições da Virgem Imaculada a Santa Bernadette (Foto: Heraldos del Evangelio)

Santa Bernadette, porém, não conhecia e não compreendia o significado desse nome, e falou decepcionada: Mas então você não é a Virgem Maria?, vendo-A desaparecer, entristecida se dirigiu ao pároco, Padre Peyramale, que ao questioná-la a respeito da identidade da Aparição, se era Nossa Senhora, recebeu como resposta: Eu creio que não, Padre Vigário. Ela me disse que é a Imaculada Conceição.

Diante da pureza, ingenuidade e simplicidade da resposta, o Pe. Peyramale estremeceu, empalideceu e não pôde conter as lágrimas, e a partir de então não mais duvidou daquela humilde camponesa, semianalfabeta, que não conhecia o sentido daquelas palavras da Virgem Maria, cujo dogma havia sido proclamado quase quatro anos antes.

Ainda ocorreram mais duas aparições. Na penúltima houve o “milagre do círio” (chama da vela que não queimou a Vidente, embora tenha passado 15 minutos entre suas mãos), e a última se deu no dia da Festa de Nossa Senhora do Carmo, 16 de Julho de 1858, tendo Bernadette se ajoelhado à beira do rio Gave e diante da gruta rezado o Terço, quando, de súbito, tendo seu rosto se iluminado, declarou: Sim, sim, Ela está lá e nos sorri por detrás da cerca!..., e após a longa aparição dessa data, a santa Vidente afirmou: Jamais a vi tão bela!, e logo depois, Nunca mais a verei....


Assim se deram as aparições da Virgem Imaculada em Lourdes, e da fonte donde até hoje brota água cristalina e inúmeras graças que fazem de seu Santuário um dos mais visitados do mundo, senão o mais visitado.

As relações entre o Santuário de Lourdes e o da Capela da rue du Bac em Paris, são muitas, ambos ligados por um traço comum: a Imaculada Conceição da bem-aventurada Virgem Maria.

Sua festa litúrgica ocorre no dia 11 de Fevereiro de cada ano.

Concluímos com a oração composta pelo Papa Pio XII à Virgem Imaculada Nossa Senhora de Lourdes:

Dóceis ao convite de vossa voz maternal, Ó Virgem Imaculada de Lourdes, acorremos a vossos pés junto da humilde gruta onde vos dignastes aparecer para indicar aos que se extraviam, o caminho da oração e da penitência, e para dispensar aos que sofrem, as graças e os prodígios da vossa soberana bondade.

Recebei, Rainha compassiva, os louvores e as súplicas que os povos e as nações oprimidos pela amargura e pela angústia elevam confiantes a vós. Ó resplandecente visão do paraíso, expulsai dos espíritos – pela luz da fé – as trevas do erro. Ó místico rosário com o celeste perfume da esperança, aliviai as almas abatidas. Ó fonte inesgotável de água salutar com as ondas da divina caridade, reanimai os corações áridos.

Fazei que todos nós, que somos vossos filhos por vós confortados em nossas penas, protegidos nos perigos, sustentados nas lutas, nos amemos uns aos outros e sirvamos tão bem ao vosso doce Jesus que mereçamos as alegrias eternas junto a vosso trono no céu.
Amém.




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Bibliografia e outras fontes consultadas:

CASTRO, Padre Jerônimo Pereira de. “Santa Catarina Labouré e a Medalha Milagrosa”, Editora Vozes, 2ª edição/1951.

DAFAUR, Luis Eduardo. “Lourdes e Suas Aparições Esperança para Quem Precisa de Socorro”, Editora Petrus, São Paulo/2009.

BÖING, Mafalda Pereira. “Lourdes: Fontes de Graças”, Edições Loyola, São Paulo/2005.

Carta Encíclica “Le Pèlerinage de Lourdes Sobre Centenário das Aparições da SS. Virgem em Lourdes”, do Papa Pio XII, Roma em 2 de Julho de 1957, Festa da Visitação da Santíssima Virgem.

Blog “Lourdes e Suas Aparições” (https://lourdes-150-aparicoes.blogspot.com.br/)



_____________
1 Carta Encíclica “Le Pèlerinage de Lourdes Sobre Centenário das Aparições da SS. Virgem em Lourdes”, de 2 de Julho de 1957, Lourdes e a Santa Sé, §6 (excerto).

2 cf. CASTRO, Padre Jerônimo … Santa Catarina Labouré …., Cap.IV, pp. 111-112.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

A MEDALHA MILAGROSA


A MEDALHA MILAGROSA

Aparição do dia 27 de Novembro de 1830 da Virgem Imaculada
a Santa Catarina Labouré.


UM AUXÍLIO VINDO DO CÉU
A Medalha Milagrosa é um poderoso recurso oferecido pela Mãe de Deus aos homens, particularmente adequado para épocas de crises como a atual. Deve sua origem às célebres aparições marianas ocorridas na capela da rue du Bac (calle del Bac), em Paris.
No sábado, 27 de novembro de 1830, a Virgem Imaculada apareceu a Santa Catarina Labouré, à época, jovem noviça da Congregação das Filhas da Caridade, confiando-lhe a missão de fazer cunhar uma medalha segundo o modelo revelado: “Faz cunhar uma medalha igual a este modelo. As pessoas que a trouxerem com confiança, receberão grandes graças, sobretudo se a levarem pendente no pescoço”. Foi o que prometeu a Virgem.
A PROMESSA EFETIVAMENTE SE CUMPRIU
Pouco tempo depois, uma terrível epidemia de cólera, proveniente da Europa oriental, espalhou-se sobre Paris. A peste se manifestou a 26 de março de 1832 e se estendeu até meados daquele ano. A 1º de abril, faleceram 79 pessoas; no dia 2, 168; e no dia seguinte, 216; e assim foram aumentando as mortes até alcançarem o número de 861 no dia 9. No total, faleceram 18.400 pessoas, oficialmente. Na realidade, o número foi bem maior, uma vez que as estatísticas oficiais e a imprensa diminuíram as cifras para evitar que se estendesse o pânico entre o povo.

No dia 30 de junho, foram entregues as primeiras 1.500 medalhas que haviam sido encomendadas pelo Padre João Maria Aladel, confessor de Catarina, à Casa Vachette. As Irmãs da Caridade, não sabendo o que fazer para remediar a situação, começaram a distribuir as primeiras medalhas… e os enfermos se curavam. “A medalha é milagrosa!” — proclamavam a uma só voz. A notícia difundiu-se, e a medalha e os milagres também. Daí provém o nome com o qual se a conhece até hoje.
Até 1836, mais de quinze milhões de medalhas haviam sido cunhadas e distribuídas no mundo inteiro. Em 1842, sua difusão chegaria à impressionante cifra de 100 milhões. Dos mais remotos países chegavam relatos de graças extraordinárias alcançadas por meio da Medalha: curas de enfermidades, emenda de vidas, proteção contra perigos iminentes, etc.
Em vista de tantos feitos extraordinários, o Arcebispo de Paris, Mons. Jacinto de Quélen – que havia autorizado fosse cunhada a Medalha e obtendo para si mesmo uma graça extraordinária por seu intermédio –, mandou fazer uma investigação oficial sobre a origem e os fatos relacionados com a portentosa insígnia. Eis aqui suas conclusões:
A rapidez extraordinária com a qual esta medalha tem se propagado, o número prodigioso de medalhas que têm sido cunhadas e distribuídas, os fetos maravilhosos e as graças singulares que os fieis têm obtido com sua confiança, parecem verdadeiramente os sinais pelos quais o Céu há querido confirmar a realidade das aparições, a veracidade do relato da vidente e a difusão da medalha”.
Em Roma, no ano de 1846, como consequência da súbita e ressonante conversão de um ilustre judeu — que apresenta notáveis analogias com a conversão do apóstolo São Paulo no caminho a Damasco — o Papa Gregório XVI confirmava, com sua autoridade, as conclusões do Arcebispo de Paris.
UMA PRODIGIOSA CONVERSÃO
Com efeito, em janeiro de 1842, a conversão de Alfonso Ratisbonne — hoje elevado aos altares — atraia ainda mais as atenções sobre a já célebre Medalha. Ratisbonne, jovem banqueiro de Estrasburgo, cheio de preconceitos e antipatias contra à Igreja Católica, estava de viajem em Roma, quando aceitou, meio a contragosto, uma Medalha Milagrosa que lhe ofereceu um nobre francês, o Barão de Bussières. Poucos dias depois, inesperada e milagrosamente, a Virgem lhe apareceu na igreja de Sant’Andrea delle Fratre, e em questão de segundos o antigo inimigo da Igreja transformou-se num ardoroso apóstolo que viria fundar, junto com seu irmão Teodoro, a Congregação dos Missionários de Nossa Senhora de Sion, dedicada à conversão dos judeus.
Em 1876, ano da morte de Santa Catarina Labouré, mais de mil milhões de Medalhas Milagrosas já derramavam suas graças pelo mundo.
Antigo postal do Centenário da proclamação do dogma
da Imaculada Conceição de Maria.

Em 1894, a Santa Igreja instituiu a festa litúrgica de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, fixando sua celebração o dia 27 de novembro.
Em 1980, quando se comemoraram 150 anos da revelação da Medalha Milagrosa, o próprio João Paulo II se apresentou como peregrino no lugar das aparições.
LOURDES E A MEDALHA MILAGROSA
A Medalha Milagrosa é conhecida hoje no mundo inteiro. Porém, com frequência se ignora que as aparições na capela da rue du Bac prepararam também os grandes acontecimentos de Lourdes.
A Senhora da Gruta me tem aparecido tal como está representada na Medalha Milagrosa”, declarou Santa Bernadette, que levava ao pescoço a preciosa Medalha.
A invocação Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós, difundida por todas partes pela Medalha Milagrosa, contribuiu notavelmente para a criação de um clima de fervor generalizado com relação ao privilégio mariano da Imaculada Conceição. Foi esse clima que moveu o Papa Pio IX a solene definição dogmática de 1854. Quatro anos depois, a aparição de Lourdes confirmava de maneira inesperada a definição de Roma.
Em 1954, por ocasião do centenário desta definição, a Santa Sé fez cunhar uma medalha comemorativa. No reverso da mesma, a imagem da Medalha Milagrosa e a da gruta de Lourdes, associadas estreitamente, pondo em relevo o íntimo vínculo que une as duas aparições da Virgem com a definição do dogma da Imaculada Conceição.
Assim como Lourdes é uma fonte inesgotável de graças, a Medalha Milagrosa é sempre o instrumento da incansável bondade da Santíssima Virgem com todos os pecadores e miseráveis da terra.
Os cristãos que sabem meditar seu significado encontrarão nela o simbolismo de toda a doutrina da Igreja sobre o lugar providencial que Maria ocupa na Redenção, e em particular sua mediação universal.
DA RUE DU BAC A FÁTIMA
As aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, em 1830, marcaram o início de um ciclo de grandes revelações marianas. Este ciclo prosseguiu em La Salette (1846), em Lourdes (1858) e culminou em Fátima (1917).
Antigo postal do Ano Mariano de 1954.

Desde 1830 Nossa Senhora se manifesta deplorando os pecados do mundo, oferecendo perdão e misericórdia à humanidade pecadora e prevendo severos castigos no caso que ela não se convertesse. Porém, também anunciando que, depois desses castigos, viria o triunfo esplendoroso do Bem.
Em novembro de 1876, um mês antes de sua morte, Santa Catarina Labouré afirmou: “Virão grandes catástrofes… o sangue correrá pelas ruas. Por um momento, crer-se-á tudo perdido. Mas tudo se ganhará. A Santíssima Virgem é quem nos salvará. Sim, quando esta Virgem, oferecendo o mundo ao Pai Eterno, for honrada, nos salvaremos e virá a paz”.
E a 13 de julho de 1917, Nossa Senhora prometeu expressamente em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
GRAÇAS EXTRAORDINÁRIAS
Hoje em dia, a Santíssima Virgem continua derramando suas graças através da Medalha Milagrosa. Sem dúvida, ela não deve ser usada a maneira de um talismã, como se tivesse uma força e eficácia mágicas. O católico deve usá-la com verdadeiro espírito de Fé, tendo presente que o melhor modo de alcançar os favores de Deus é não ofendê-lo, cumprir seus Mandamentos, praticar a oração e frequentar os Sacramentos.
Todos necessitamos de grandes graças, sobretudo nos dias que vivemos. Peçamo-las, pois, com confiança, à Virgem da Medalha Milagrosa.
Não estará também você, amável leitor, necessitando de uma grande graça? Ou alguém em sua família ou entre suas amizades?
Foi pensando em pessoas necessitadas como nós que Nossa Senhora, a melhor de todas as mães, em sua misericórdia insondável nos trouxe a Medalha Milagrosa, este providencial auxílio vindo do Céu.



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FONTE: http://asociacionfatima.org.ar/la-medalla-milagrosa/ - A tradução é nossa e alguns destaques foram acrescidos.