Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A ADMIRAÇÃO E TERNURA DE NOSSA SENHORA POR SEU FILHO RECÉM-NASCIDO

A ADMIRAÇÃO E TERNURA DE NOSSA SENHORA POR SEU FILHO RECÉM-NASCIDO


No Natal, é natural que nossa atenção se volte para a festa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi esta a ocasião em que, no grau mais elevado, o amor de uma criatura se manifestou por Deus, o Criador – o afeto da Mãe celeste por seu Filho único e incomparável.

Como Nossa Senhora é o modelo de humildade por excelência, não se aproximou do Divino Salvador sem ter manifestado todo o respeito e toda a admiração que Ele merece. Como a criatura mais requintada da Criação, ela não pôde deixar de assumir essa humilde posição perante o Salvador. Estando infinitamente abaixo do Criador, embora seja a criatura mais elevada, dirigiu-se a Nosso Senhor como se fosse a menor das Suas criaturas.

Imaginemos uma pessoa que pensa estar mais perto do sol porque é dez centímetros mais alta que o homem normal. Isso é ridículo, já que dez centímetros não são nada comparados à distância da Terra ao sol. Deus sendo infinito, mesmo a grande distância que nos separa de Nossa Senhora é pequena ao lado da que a separa de Deus. Assim, podemos compreender os muitos atos de humildade que ela fez na presença da Criança Divina.

Uma humildade voltada não para si mesma, mas para Deus.

Sua ação não veio de uma humildade egocêntrica, mas centrada em Deus. Em vez de pensar em sua condição limitada de criatura, ela considerou a infinita grandeza de Deus. Portanto, na gruta de Belém, seus primeiros afetos foram atos de admiração, manifestando tudo o que ela admirava em seu Filho Divino como Deus-Homem.

Nisto existe uma ordem lógica. Quando amamos muito alguém, devemos começar por admirá-lo. Não é sentimentalismo, como uma criança admirando sua boneca, por exemplo, mas a admiração que é a base do amor. Amava aquele Menino recém-nascido, sabendo que era a mais admirável de todas as criaturas, hipostaticamente unido ao Verbo Divino.

Por uma revelação sobrenatural, Maria sabia que o Filho gerado nela era o Filho de Deus. Tão frágil e minúsculo, mas Deus em Sua infinita grandeza, em Sua incomensurável admirabilidade! Seu primeiro pensamento provavelmente foi voltado para o aspecto mais grandioso do Ser Divino; só então seus pensamentos se voltaram para a Criança. Com isso veio o amor materno, contemplando em seu olhar Deus, que ali se refletia. Nossa Senhora olhou para o Seu corpinho, tocou-Lhe os braços e sentiu que estavam frios do inverno. Assim ela expressou a ternura de mãe.

Alguém poderia objetar que nesse momento a admiração desapareceu e apenas o afeto se manifestou. Isso não é verdade, porque no momento em que a admiração morre, o afeto desaparece – assim como a admiração se extingue no momento em que o afeto morre.

Admiração e afeição da mãe pelo filho

Quando uma mãe dá à luz um filho, esse bebê é tão encantador que é tomado por uma grande ternura. No subconsciente da mãe verdadeiramente católica, passa o seguinte: Este recém-nascido é como um anjo. Quanta grandeza há em um ser humano chamado a uma vida longa, com seus sérios deveres para com Deus: ser um bom filho da Igreja Católica; dominar suas paixões, para se santificar e ir para o céu por toda a eternidade. Que extraordinário! Estou profundamente comovido, vendo como uma chamada tão grande está contida neste pequeno recém-nascido!

Com esta consideração vem uma ternura muito grande, mas também uma grande admiração: Que mistério admirável é que eu, um ser humano, gerei outro ser humano! Ele foi formado em meu ventre, nasceu para mim, foi alimentado por mim. Eu o libertei para a vida, e aqui está ele, tão pequeno. Em sua própria existência existe um mistério imenso!

Mistérios da infusão da alma por Deus

Quanto à Santa Mãe de Deus, podemos pensar na hora em que Deus, curvando-se sobre aquele embrião, soprou nele uma alma, dando algo que a mãe não gerou, que não procede ao ato nupcial, mas do Criador. Que coisa magnífica é esta!

Nossa Senhora ponderou sobre o grande mistério da vida de Cristo

Na ternura de uma mãe verdadeira e bem orientada para com o filho, surge toda esta série de mistérios que se passavam nela. O nascimento de outra criatura que é carne de sua carne e sangue de seu sangue, “outro eu mesmo”, outro ser sobre quem Deus soprou uma alma imortal. Ou seja, a obra de Deus foi adicionada à obra da mãe para algo muito maior.

Este vínculo de alma abre os horizontes para aquela criança: horizontes de luta, dedicação, alegria e vitória. Mas também horizontes de tristeza, recuo e fraquezas, quando se deve pedir a Deus graças para apoiá-lo.

Nisto vemos outro aspecto do nascimento de uma criança simples. Para a Igreja, a vida de toda criatura é comparável a de um herói que se prepara com exercícios para a luta, para poder enfrentar a vida e se engajar no combate, de um herói que empunha suas armas e escudo para entrar no arena da vida.

É o início de uma grande batalha, e assim a mãe poderia dizer a um filho: Meu guerreiro, eu te admiro porque você está lutando o bom combate! Este é o seu dever. Depois de receber o batismo, a graça vai chamá-lo e começar uma vida sobrenatural em você, mais ou menos como uma vela que alguém acende. Quanto isso iluminará sua alma? Quanto bem você fará? Que glória você dará a Deus?

Reflexões sobre a vida pública do Divino Redentor

Naquela noite, a Santíssima Virgem provavelmente estava pensando em como a vida pública de seu Divino Filho começaria, os milagres que Ele faria, as almas que Ele atrairia. Ela pensava no que resultaria disso, em como Ele começaria a ser rejeitado pelos judeus, esquecido pelos próprios apóstolos por causa de sua brandura e até traído por Judas.

Ela provavelmente também refletiu sobre Pentecostes, a expansão da Igreja por toda a bacia do Mediterrâneo e os lugares misteriosos por onde os Apóstolos caminhariam, enchendo a Terra com sua presença. Ela meditou sobre a libertação da Igreja pelo imperador Constantino; na Igreja que brilharia em todo o mundo; sobre a invasão dos bárbaros e da civilização decorrente de sua conversão; e, a seguir, em São Bento, que em Subiaco se tornaria o Patriarca do Ocidente e implantaria uma nova vida espiritual da qual nasceria a Idade Média.

Ela provavelmente teria lamentado que, no final do período medieval, em uma contestação à obra de São Bento, um imenso pecado fosse cometido e daria início à Revolução, que levantaria ondas de feridas atrozes: o Renascimento, Humanismo e Protestantismo. Daí viria a Revolução Francesa, o Comunismo e a Revolução Anarquista, também conhecida como Revolução Cultural – enigmática, difícil de definir em seus verdadeiros contornos, infame em tudo o que dela já conhecemos.

Nossa Senhora refletiria sobre tudo isso. Mas ela também se alegraria que, por seu desígnio, sobre este mar de imundície uma pétala de rosa – a Contra-Revolução – começasse a flutuar em determinado momento, atraindo seus filhos fiéis para lutar por ela em nosso século.

Um exame de consciência e uma oração

Ao pé do presépio, pode-se voltar a analisar sua própria história individual: como a graça de Deus foi aceita por sua alma, os altos e baixos, sua correspondência à graça e rejeições dela, seus movimentos de orgulho e sensualidade, ou vitórias, e, às vezes, derrotas, mas sempre o papel da misericórdia de Deus esforçando-se para nos levar ao caminho certo.

Nossa Senhora previu que alguns cairiam no caminho; ela esperaria a oração dos que permanecem pelos que caíram; e de vez em quando ela conseguia trazer um filho de volta ao caminho certo. Ela também viu de antemão a sua intervenção final e a implantação do Reino de Maria que ela revelou em Fátima em 1917.

Devemos considerar tudo isso quando estivermos aos pés do presépio e dizer: Ó Menino Jesus, Tu és a pedra divisória, a rocha do escândalo que divide a história em duas partes. Hoje, tudo o que está contigo é a contra-revolução, tudo o que está contra ti é a revolução.

Podemos levantar esta oração como veneramos no presépio: Aqui está um filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, trazido a Ti pela graça de Tua Mãe celestial, por suas orações, por seu ventre. Aqui está um filho ajoelhado diante de Ti para te agradecer e para se apresentar a Ti como um guerreiro pronto para lutar por Ti na Contra-Revolução, confiante na tua graça.




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FONTE: in Catholic Restoration - Tradução Google Tradutor - Destaques acrescidos.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

NOSSA MENSAGEM DE NATAL

NOSSA MENSAGEM DE NATAL


1. «Regem venturum Dominum, venite, adoremus».

«Vinde, adoremos o Rei, o Senhor, que há-de vir».

Quantas vezes repetimos estas palavras

ao longo do tempo do Advento,

dando eco à expectativa da humanidade inteira!


Projetado para o futuro desde as suas origens mais remotas,

o homem anseia por Deus, plenitude da vida. Desde sempre

invoca um Salvador que o livre do mal e da morte,

que sacie a sua necessidade congênita de felicidade.

Já no jardim do Éden, depois do pecado original,

Deus Pai, fiel e misericordioso,

lhe tinha preanunciado um Salvador (cf. Gen 3,15),

que haveria de reconstituir a aliança violada,

instaurando um novo relacionamento

de amizade, de conciliação e de paz.


2. Esta boa nova, confiada aos filhos de Abraão,

desde a altura do êxodo do Egito (cf. Ex 3,6-8),

ressoou ao longo dos séculos como grito de esperança

na boca dos profetas de Israel,

que de tempos a tempos foram recordando ao povo:

«Prope est Domine: venite, adoremus».

«O Senhor está perto: vinde adorá-Lo»!

Vinde adorar a Deus que não abandona

aqueles que O procuram de coração sincero

e se esforçam por observar a sua lei.

Acolhei a sua mensagem,

que robustece os espíritos extenuados e abatidos.

Prope est Domine: fiel à antiga promessa,

Deus Pai realizou-a agora no mistério do Natal.


3. Sim! A sua promessa, que alimentou

a expectativa confiante de tantos crentes,

fez-se dom em Belém, em plena Noite Santa.

Recordou-no-lo ontem a liturgia da Missa:

«Hodie scietis quia veniet Dominus,

et mane videbitis gloriam eius».

«Hoje sabereis que o Senhor há-de vir:

amanhã vereis a sua glória».

Esta noite vimos a glória de Deus,

proclamada pelo cântico jubiloso dos anjos;

adoramos o Rei, Senhor do universo,

juntamente com os pastores que guardavam o seu rebanho.

Com os olhos da fé, também nós vimos,

deitado numa manjedoura,

o Príncipe da Paz,

e, ao seu lado, Maria e José

em silenciosa adoração.


4. Às multidões de anjos, aos pastores extasiados,

unimo-nos neste dia também nós cantando jubilosos:

«Christus natus est nobis: venite, adoremus».

«Cristo nasceu para nós: vinde, adoremos».

Desde aquela noite de Belém até hoje,

o Natal continua a suscitar hinos de alegria,

que exprimem a ternura de Deus

semeada no coração dos homens.

Em todas as línguas do mundo,

é celebrado o acontecimento maior e o mais humilde:

o Emmanuel, Deus connosco para sempre.


Como são sugestivos os cânticos inspirados pelo Natal

em cada povo e cultura!

Quem não conhece a emoção que eles provocam?

As suas melodias fazem reviver

o mistério da Noite Santa;

testemunham o encontro entre o Evangelho e as estradas dos homens.

Sim! O Natal entrou no coração dos povos,

que olham para Belém com contagiante admiração.


(...)


A luz que emana de Belém

nos salve do risco de nos resignarmos

a tão atribulado e inquietante cenário.


(...)


6. A alegria do Natal, que canta o nascimento do Salvador,

infunda em todos confiança na força da verdade

e da firme perseverança no cumprimento do bem.

Para cada um de nós ressoe a mensagem divina de Belém:

«Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria:

hoje, na cidade de David, nasceu-vos

um Salvador, que é o Messias Senhor» (Lc 2,10-11).



Hoje resplandece Urbi et Orbi,

sobre a cidade de Roma e sobre o mundo inteiro,

o rosto de Deus: Jesus no-Lo revela

como Pai que nos ama.

Ó vós todos que procurais o sentido da vida;

vós que trazeis ardentemente no coração

um anseio de salvação, de liberdade e de paz,

vinde encontrar o Menino nascido de Maria:

Ele é Deus, nosso Salvador,

o único digno deste nome,

o único Senhor.

Ele nasceu para nós, vinde, adoremos!



___________São João Paulo II, Papa. "Urbi et Orbi" (excertos) - Natal de 1998



COM ESTA MENSAGEM,


DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS AMIGOS,


SEGUIDORES E VISITANTES


UM SANTO E ABENÇOADO NATAL DO SENHOR!



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FONTE: http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/messages/urbi/documents/hf_jp-ii_mes_25121998_urbi.html 

sábado, 28 de novembro de 2020

28 DE NOVEMBRO - FESTA DE SANTA CATARINA LABOURÉ

28 DE NOVEMBRO - FESTA DE SANTA CATARINA LABOURÉ


Santa Catarina Labouré: A Santa do silêncio e da confiança

Somente após sua morte foram descerrados os véus da heroica humildade daquela freira cujo silêncio ocultara aos olhos do mundo sua grandiosa missão: vidente e mensageira da Rainha dos Céus.


Em fins de 1858, corriam por Paris notícias a respeito das aparições de Nossa Senhora a uma camponesa dos Pirineus, em Lourdes, rincão de pouca relevância do território francês. Trocavam-se impressões sobre as extraordinárias curas constatadas após o uso das águas da miraculosa nascente da Gruta de Massabielle e, sobretudo, comentava-se a celebridade da jovem vidente, Bernadete Soubirous, cuja despretensão e inabalável fé suscitavam a admiração do povo, que já a venerava como santa.

Difundindo-se célere pela capital francesa, a novidade chegou aos ouvidos também das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que serviam aos idosos do asilo de Enghien. Entabularam uma animada conversa, na qual se ouviu uma exclamação saída dos lábios de uma religiosa que, embora discreta, mostrava-se tomada por veemente entusiasmo naquele momento: “É a mesma!”. Nenhuma delas alcançou o significado destas palavras. Entreolhando-se com estranheza, continuaram a falar, como se nada tivessem ouvido.

Um arco-íris místico entre a Rue du Bac e Lourdes

Em 1830, uma noviça da Casa-Mãe da Companhia das Filhas da Caridade, situada em Paris à Rue du Bac, também fora contemplada com aparições de Nossa Senhora, as quais já haviam adquirido fama mundial. Além de fazer importantes revelações sobre o futuro da Congregação e da França, a Mãe de Deus confiara à vidente a missão de mandar cunhar uma medalha através da qual Ela derramaria abundantes graças sobre o mundo. A distribuição dos primeiros exemplares deu-se em razão da epidemia de cólera que grassava por Paris, e foram tantas e tão surpreendentes as curas atribuídas ao uso dessa medalha – não sem razão denominada pelo povo de Milagrosa –, que em pouco tempo ela já se difundira por diversos países.

O nome da vidente, contudo, permanecia incógnito, mesmo entre suas irmãs de hábito. E só foi revelado após sua morte: era a silenciosa, diligente e sempre bem humorada Irmã Catarina Labouré! Seus olhos azuis, serenos e límpidos, brilhavam de alegria ao ouvir falar pela primeira vez das recentes aparições de Lourdes, um eco das ocorridas na Rue du Bac. Era outra luz que despontava no mesmo caminho de misericórdia traçado pela Rainha do Céu para conduzir a humanidade a uma nova era de graças marianas.

Não havia dúvida, era “a mesma”! À noviça de Paris, a Virgem ensinara a fórmula para invocá-La: “Ó Maria concebida sem pecado”. A Bernadete, assim se apresentara: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Exultante de contentamento, Irmã Catarina passou a nutrir profunda admiração pela nova vidente, embora não a conhecesse. Não sabia ela que, em Lourdes, Bernadete trazia ao pescoço a Medalha Milagrosa quando viu a Mãe de Deus, e provavelmente nutria em seu coração nobres sentimentos de veneração pela incógnita vidente da Virgem da Medalha… Pelo prisma sobrenatural, havia uma estreita união de almas das duas santas, formando “como que um arco-íris místico entre a Rue du Bac e Lourdes”.

Santa Bernadete dava provas de heroica humildade, restituindo à Rainha do Céu as honras e louvores que o povo lhe tributava. Santa Catarina praticava de modo diferente igual humildade: vivia entregue às mais modestas funções no asilo de Enghien, onde serviu aos idosos e pobres durante mais de quarenta anos.

Infância nimbada de fé e seriedade

Quando Catarina nasceu, em 2 de maio de 1806, permaneciam ainda na França as chagas da irreligião abertas pela Revolução de 1789. No pequeno povoado borgonhês de Fain-lès-Moutiers, onde a família Labouré residia, não havia sacerdote. Para batizar a recém-nascida, foi preciso chamar o pároco do lugarejo vizinho. Apesar da generalizada negligência religiosa do tempo, da qual não se excluía seu pai, Pedro Labouré, a fé de Catarina e de seus nove irmãos foi salvaguardada e fortalecida graças ao empenho da mãe, Madalena Gontard, cuja principal preocupação na educação dos filhos foi inculcar-lhes uma ilimitada confiança na Santíssima Virgem.

Os primeiros anos de Zoé – assim se chamava nossa santa, antes do ingresso na vida religiosa – transcorreram sem nuvens, em meio às alegrias de uma infância perfumada pela inocência. Adquiriu desde cedo gosto pela oração e não hesitava em abandonar os infantis divertimentos quando a mãe a chamava para rezarem juntas diante da singela imagem de Nossa Senhora entronizada numa sala da residência.

Dotada de um precoce senso de responsabilidade e seriedade, Zoé logo percebeu as dificuldades da mãe na execução das árduas tarefas de manutenção da casa, e resolveu ajudá-la. Antes de completar oito anos, já sabia costurar, ordenhar as vacas, preparar a sopa e varrer o chão. E a compenetração que a movia a abraçar com alegria a monótona faina diária – tanto no lar, durante a infância e juventude, quanto no asilo de Enghien, ao longo de mais de quatro décadas – foi por ela mesma explicitada com palavras simples e cheias de luz: “Quando se faz a vontade de Deus, jamais se sente tédio”.


Uma graça transformante

Aos nove anos de idade, a pequena Zoé viu o horizonte de sua vida toldar-se pela tragédia: em outubro de 1815, faleceu sua mãe. Ao contemplar seu corpo inerte, chorou copiosamente, mas não por muito tempo, pois ela própria lhe havia ensinado a quem recorrer nos momentos de aflição. Passado o primeiro choque, dirigiu-se à sala onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora, diante da qual tantas vezes rezara em companhia da mãe. Resoluta, subiu numa cadeira para pôr-se à altura da imagem, abraçou-a e exclamou, entre soluços: “De agora em diante, Vós sereis minha Mãe!”. A resposta da Rainha do Céu foi imediata. A menina, que ali chegara débil e desfeita em lágrimas, retirou-se forte e disposta a enfrentar as adversidades. Foi essa a última vez que ela chorou na vida, pois a virtude da fortaleza a acompanhou num crescendo até o fim de seus dias.

Em 1871, quando já era uma religiosa de 65 anos, o movimento revolucionário da Comuna de Paris proporcionou-lhe diversas ocasiões de manifestar, com heroísmo, essa virtude. Um dia, por exemplo, tomou a iniciativa de dirigir-se ao quartel-general dos insurrectos para defender sua superiora, contra quem fora expedida uma ordem de detenção. Expôs seus argumentos com tal firmeza ante quase sessenta comuneiros ali presentes que terminou por sair vitoriosa. Impressionados, os revolucionários passaram a tratá-la com muita deferência; chegaram inclusive a pedir-lhe para depor no julgamento de uma prisioneira, e tomaram seu depoimento, favorável à ré, como última palavra no caso.

Um desdobramento dessa graça recebida na infância foi a constância de ânimo com a qual suportou as inúmeras manifestações de impaciência e incredulidade de seu confessor quando, por ordem de Nossa Senhora, lhe relatava as visões havidas. Poucos meses antes de sua morte, ela confidenciou à superiora que a atitude desse sacerdote constituíra para ela um verdadeiro martírio. Ela padeceu com a fortaleza dos mártires esse holocausto silencioso, que lhe fora anunciado pela própria Santíssima Virgem, na primeira de suas aparições:

Minha filha, o Bom Deus quer te encarregar de uma missão. Terás muitas dificuldades, mas as superarás, considerando que ages para a glória d’Ele. Saberás discernir o que vem do Bom Deus. Serás atormentada até que o digas àquele que está encarregado de te conduzir. Serás contraditada. Mas terás a graça. Não temas. Dize tudo com confiança e simplicidade. Tem confiança.

Uma verdadeira filha de São Vicente de Paulo

Ficarás feliz em vir a mim. Deus tem desígnios a teu respeito”.

Quando tinha cerca de 14 anos, Catarina ouviu em sonho estas palavras dirigidas a ela por um sacerdote desconhecido, cujo olhar penetrante e cheio de luz gravou-se para sempre em sua lembrança. Alguns anos mais tarde, visitando uma casa das Filhas da Caridade, deparou-se com um quadro do fundador da Congregação, São Vicente de Paulo, em cuja fisionomia reconheceu o sacerdote do sonho. Ficou-lhe clara, então, a vocação à qual já se sentira tantas vezes atraída: seria filha de São Vicente!

Entretanto, quando no seu 21º aniversário, em 2 de maio de 1827, anunciou em casa sua decisão, o pai se opôs taxativamente. Após tentar, em vão, dissuadi-la de abraçar a vida religiosa, ele a enviou a Paris, para trabalhar no restaurante de um de seus irmãos, na ilusão de que ali ela acabaria por encontrar um bom partido e casar-se.

Aquele ambiente, porém, frequentado por operários rudes e muitas vezes imodestos, não fez senão fortalecer a pureza ilibada da jovem. Tal era seu amor pela vocação que já se portava como uma autêntica Filha da Caridade, cumprindo com perfeição as recomendações feitas pelo Santo às suas filhas espirituais, entre as quais esta: “Se às religiosas [de clausura] é exigido um grau de perfeição, às Filhas da Caridade devem ser exigidos dois”.

Catarina não desejava outra coisa senão abraçar por inteiro essa ousada meta, e perseverou em seu propósito até vencer a obstinação do pai. “Se observarmos bem as pequenas coisas, faremos bem as grandes”, escreveria ela, décadas mais tarde, ao terminar um período de exercícios espirituais.

A confiança e a simplicidade de uma alma inocente

Finalmente, em 21 de abril de 1830, Catarina chegou ao Convento da Rue du Bac. O Conselho das Superioras logo discerniu nela uma autêntica vocação: “Tem 23 anos e convém muito à nossa comunidade: piedosa, bom caráter, temperamento forte, amor ao trabalho e muito alegre”, foi o parecer escrito a seu respeito. Ademais, era uma genuína camponesa, tal qual desejava São Vicente, que tomara os bons predicados das aldeãs como base natural para perfilar o ideal de virtude das Filhas da Caridade. E, quer na vida comunitária, quer no serviço dos pobres, e mesmo durante as manifestações sobrenaturais das quais foi objeto, sempre brilhou em Irmã Catarina uma das virtudes mais amadas pelo Santo Fundador: a simplicidade de coração.

Corpo incorrupto de Santa Catarina

O espírito das camponesas é simplíssimo: nem rastro de fingimento nem palavras de duplo sentido; não são teimosas nem apegadas às suas opiniões. […] Assim, minhas filhas, devem ser as Filhas da Caridade, e sabereis que o sois se fordes simples, sem recalcitrâncias, submissas ao parecer dos outros e cândidas em vossas palavras, e se vossos corações não pensarem uma coisa enquanto vossas bocas pronunciam outra”. Este ideal delineado por São Vicente encontrou, quase dois séculos depois, perfeita realização na alma desta dileta filha.

Na semana seguinte à sua chegada ao convento, apareceu-lhe três vezes, em dias consecutivos, o coração de São Vicente, prenunciando as iminentes desgraças que se abateriam sobre a França, com a promessa de que as duas Congregações por ele fundadas não pereceriam. A feliz noviça teve a graça de ver também Cristo presente na Sagrada Hóstia, durante todo o tempo de seu seminário, “exceto todas as vezes que eu duvidava”, confidenciou ela.

Imbuída da Fé que move as montanhas e atrai a benevolência de Deus, Catarina não titubeou em pedir mais: queria ver Nossa Senhora. Na véspera da festa do Fundador – que então se comemorava a 19 de julho -, confiou-lhe seu desejo numa breve oração e foi dormir esperançosa: “Deitei-me com a ideia de que naquela mesma noite veria minha boa Mãe. Havia muito tempo que queria vê-La”. E foi generosamente atendida, não só “naquela mesma noite”, como também em duas outras aparições, uma em novembro e outra em dezembro do mesmo ano de 1830.

Com o passar dos anos, intensificou-se nela a confiança filial e ilimitada que depositava nesses três pilares de devoção, a tal ponto que, pouco antes de falecer, ela não pôde esconder o espanto quando a superiora lhe perguntou se não tinha medo da morte: “Por que temeria ir ver Nosso Senhor, sua Mãe e São Vicente?”.

A Santíssima Virgem escolheu bem

Santa Catarina jamais violou o segredo acerca de sua condição de vidente e mensageira das aparições da Medalha Milagrosa. Contudo, muitas pessoas chegaram a vislumbrar nela a predileta da Rainha do Céu, tal era seu amor a Deus, não só afetivo, pois inegável era sua ardorosa piedade, mas também efetivo, como o testemunhou uma de suas contemporâneas: “Suas ações, em si mesmas ordinárias, ela as fazia de maneira extraordinária”. Havia nela algo de discreto, alcandorado e inefável.

Sua santidade era a principal mantenedora do segredo. Às irmãs que ousaram interpelá-la nesse sentido, sua resposta consistiu sempre num absoluto silêncio. Um silêncio nascido da humildade, sem nada de taciturno nem de ríspido; pelo contrário, um silêncio sacral, que chegava a despertar veneração.

Quando, após sua morte, foi anunciado às Filhas da Caridade o nome da vidente da Rue du Bac, tiveram elas uma reação marcada mais pela admiração do que pela surpresa. Não era difícil associar a exemplar irmã à figura – já um tanto mitificada – da vidente ignota. E era impossível não ficarem deslumbradas ao constatar a excelência de sua humildade, que a mantivera no anonimato, embora exercendo uma missão de alcance universal.

Quiçá naquele momento tenha ocorrido à lembrança das irmãs o ingênuo dito que as crianças do orfanato dirigido pelas Filhas da Caridade costumavam repetir entre si, observando de longe a Irmã Catarina Labouré: “A Santíssima Virgem escolheu bem”. Teriam sido estas palavras, tão verdadeiras, mero fruto da imaginação infantil ou haveria Deus, mais uma vez na História, revelado aos pequeninos os mistérios ocultados aos sábios e entendidos?

Sem embargo, mais luminosa que o heroico silêncio é a lição de confiança filial deixada por Santa Catarina na Mãe que nunca desampara. “A confiança tem sempre esse prêmio. Pedindo com confiança, recebe-se mais, com mais certeza e mais abundantemente. A confiança abre-nos o Sapiencial e Imaculado Coração de Maria”. (Revista Arautos do Evangelho Dez/2012, n. 132, p. 22 à 25)



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FONTE: Arautos.org (alguns destaques foram acrescidos).

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

27 DE NOVEMBRO - FESTA DA VIRGEM IMACULADA NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

27 DE NOVEMBRO - FESTA DA VIRGEM IMACULADA NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA



As aparições

O céu desceu à terra… De julho a dezembro de 1830,Irmã Catarina, jovem noviça das Filhas da Caridade, recebe o imenso favor de conversar três vezes com a Virgem Maria. Nos meses precedentes, Catarina foi beneficiada com outras aparições. São Vicente de Paulo lhe manifestou seu coração. Na Capela, em oração, Catarina vê por três dias consecutivos, o coração de São Vicente, em três cores diferentes. Ele lhe aparece, em primeiro lugar, branco, cor da paz; depois vermelho, cor do fogo; depois, preto, sinal das desgraças que recairão sobre a França e, particularmente, Paris.

Pouco depois, Catarina viu o Cristo presente na Eucaristia, mais além das aparências do pão.

«Vi Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento durante todo o tempo do meu Seminário, exceto todas as vezes em que duvidava.»

A 6 de junho de 1830, festa da Santíssima Trindade, o Cristo lhe aparece como Rei crucificado, despojado de todos os seus paramentos.

Uma noite de verão

Primeira Aparição

Aos 18 de julho de 1830, véspera da festa de São Vicente que ela tanto ama, Catarina recorre àquele de quem, cujo coração ela viu transbordando de amor, para que seu grande desejo de ver a Santíssima Virgem seja enfim alcançado. Às onze horas e meia da noite, ela ouve chamá-la pelo seu nome.

Uma misteriosa criança está ali, ao pé da sua cama e a convida para levantar-se:

«A Santíssima Virgem a espera»

diz ela. Catarina se veste e, acompanha a criança que, deixa raios de luz por todos os lugares por onde passa. Chegando à Capela, Catarina pára perto da cadeira do Padre, colocada no presbitério. Ela ouve então “como o frou-frou” de uma roupa de seda:

«Eis a Santíssima Virgem»

diz seu pequeno guia. Ela não quer acreditar. A criança, porém, repete com uma voz mais forte:

«Eis a Santíssima Virgem»

Catarina corre aos joelhos da Santíssima Virgem sentada na cadeira. Então não fiz senão dar um salto para junto d’Ela, e, de joelhos, sobre os degraus do altar, as mãos apoiadas nos joelhos da Santíssima Virgem:

«Aí, passei um momento, o mais suave de minha vida. Ser-me-ia impossível dizer o que experimentei. A Santíssima Virgem disse-me como eu devia conduzir-me com o meu confessor e várias coisas mais».

Catarina recebe o anúncio de sua missão e o pedido de fundação de uma Confraria dos Filhos de Maria. O que será realizado pelo Padre Aladel no dia 2 de fevereiro de 1840.

Um 27 de novembro

Segunda Aparição
27 de Novembro de 1830

A Santíssima Virgem, no dia 27 de novembro de 1830, aparece de novo, na Capela, à Catarina Labouré. Dessa vez foi às 17h30, durante a oração das Irmãs e das noviças, sobre o quadro de São José (hoje, o local onde se encontra a Virgem do Globo). Antes, Catarina vê dois globos vivos, que passam, um após o outro, e nos quais a Santíssima Virgem se mantém em pé, sobre a metade do globo terrestre, seus pés esmagando a serpente.

No primeiro quadro, a Virgem Maria traz nas mãos um pequeno globo, dourado, com uma cruz superposta, que Ela eleva aos céus. Catarina ouve:

«Este globo representa o mundo inteiro, particularmente a França e todas as pessoas».

No segundo, saem de suas mãos abertas raios de um brilho resplandecente. Catarina ouve ao mesmo tempo uma voz que lhe diz:

«Estes raios são o símbolo das graças que Maria alcança para os homens».

Virgem com o globo

Depois, em forma oval, forma-se a aparição e Catarina vê inscrita, em letras de ouro, esta invocação: «Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós!».

Então uma voz se faz ouvir:

«Fazei cunhar uma medalha sob este modelo. As pessoas que a usarem, com confiança, receberão muitas graças».

Finalmente, ao redor, Catarina vê o reverso da Medalha: no alto, uma cruz, com a inicial do nome de Maria superposta, e, em baixo, dois corações, um coroado de espinhos, e outro, transpassado por uma lança.

Um adeus

No mês de novembro de 1830, durante a oração, Catarina ouve de novo um “frou-frou”, desta vez atrás do altar. O mesmo quadro da medalha se apresenta perto do tabernáculo, um pouco atrás.

«Estes raios são o símbolo das graças que a Santíssima Virgem alcança para as pessoas que lhe pedem… Você não me verá mais».

Eis o fim das aparições. Catarina comunica ao seu confessor, Padre Aladel, o pedido da Santíssima Virgem. Ele a acolhe formalmente, proibindo-a de pensar sobre o assunto. O choque é muito forte.

A 30 de janeiro de 1831, ela termina o seminário. Catarina recebe o hábito. No dia seguinte, ela parte para o Asilo de Enghien, fundado pela família de Orléans, à rua de Picpus, 12, em Reuilly, a leste de Paris, num bairro miserável, onde, incógnita, servirá os pobres durante 46 anos.

A Medalha


Nesta Capela, escolhida por Deus, a Virgem Maria, em pessoa, veio revelar sua identidade através de um pequeno objeto, uma medalha, destinada a todos sem distinção!

A identidade de Maria era objeto de controvérsia entre teólogos, desde os primeiros tempos da Igreja. Em 431, o Concílio de Éfeso tinha proclamado o primeiro dogma marial: Maria é mãe de Deus. A partir de 1830, a invocação:

«Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós»

que sobe ao céu, milhares e milhares de vezes repetida por milhares e milhares de corações de cristãos do mundo inteiro, a pedido da própria Mãe de Deus, vai produzir seu efeito!

A 8 de dezembro de 1854, Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição: por uma graça especial que lhe vinha da morte de seu Filho, Maria é sem pecado desde o começo de sua concepção.

Quatro anos mais tarde, em 1858, as aparições de Lourdes irão confirmar a Bernadette Soubirous, o privilégio da mãe de Deus.

Coração Imaculado, Maria é a primeira resgatada pelos méritos de Jesus Cristo. Ela é luz para nossa terra. Todos somos como a Virgem Maria, destinados à felicidade eterna.

Uma medalha, milagrosa… por quê?… luminosa em quê?… e dolorosa?

Milagrosa…

Alguns meses após as aparições, Irmã Catarina é nomeada para o Asilo de Enghien (Paris XII), a fim de cuidar dos anciãos. Ela se põe ao trabalho. A voz interior, porém, insiste: é preciso fazer cunhar a medalha. Catarina volta a falar ao seu confessor, o Padre Aladel.

Em fevereiro de 1832, grassa uma terrível epidemina de cólera, que vai fazer mais de 20.000 mortos! As Filhas da Caridade começam a distribuir, em junho, as 2.000 primeiras medalhas cunhadas a pedido do Padre Aladel.

As curas multiplicam-se, bem como as proteções e conversões. É um alastramento. O povo de Paris chama a medalha de «milagrosa».

No outono de 1834 há mais de 500.000 medalhas. Em 1835 mais de um milhão no mundo inteiro. Em 1839, a medalha é distribuída a mais de dez milhões de exemplares. À morte de Irmã Catarina, em 1876, contam-se mais de um bilhão de medalhas!

Luminosa…

As palavras e desenhos gravados no verso da medalha expressam uma mensagem sob três aspectos intimamente ligados.

«Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós».

A identidade de Maria nos é revelada explicitamente aqui: a Virgem Maria é imaculada desde sua concepção. Desse privilégio que já lhe foi concedido pelos méritos da Paixão de seu Filho, Jesus, o Cristo, decorre a força poderosa de intercessão que ela exerce para com aqueles que a rogam. Eis por que, a Virgem Maria convida a todos os homens a recorrerem a ela nas dificuldades de sua vida.

Seus pés pisam uma metade da esfera e esmagam a cabeça de uma serpente. A semi-esfera é a metade do globo, é o mundo. A serpente, entre os judeus e cristãos, representa Satã e as forças do mal.

A Virgem Maria engaja-se no combate espiritual, o combate contra o mal, do qual o mundo é o campo de batalha. Ela nos chama a entrar, nós também, na lógica de Deus que não é a lógica do mundo. E esta a graça autêntica de conversão que o cristão deve pedir a Maria, para transmiti-la ao mundo.

Suas mãos estão abertas e seus dedos estão adornados com anéis revestidos de pedras preciosas, de onde saem raios que caem sobre a terra, ampliando-se para baixo.

O brilho desses raios, bem como a beleza e a luz da aparição, descritas por Catarina, chamam, justificam e alimentam nossa confiança na fidelidade de Maria (os anéis) para com seu Criador e seus filhos, na eficácia de sua intervenção (os raios de graça que caem à terra) e na vitória final (a luz) pois, Ela, primeira discípula, é a primeira resgatada.

Dolorosa…

A medalha traz no seu reverso uma inicial e desenhos que nos introduzem no segredo de Maria.

A letra «M» está encimada pela Cruz do Cristo.

Os dois sinais entrelaçados mostram a relação indissolúvel que liga o Cristo à sua Santíssima Mãe. Maria está associada à missão Salvífica da humanidade pelo seu Filho Jesus e participa pela sua compaixão no próprio ato do sacrifício redentor do Cristo.

Em baixo, dois corações, um contornado de uma coroa de espinhos, o outro transpassado por uma lança.

O coração coroado de espinhos, é o Coração de Jesus. Lembra o episódio cruel da Paixão do Cristo, narrado nos evangelhos, antes de sua morte. Significa sua Paixão de amor pelos homens.

Este coração transpassado por uma lança, é o Coração de Maria, sua Mãe. Lembra a profecia de Simeão contada nos evangelhos, no dia da Apresentação de Jesus no templo de Jerusalém, por Maria e José. Significa o amor do Cristo que invade Maria e seu amor por nós: pela nossa Salvação, Ela aceita o sacrifício do seu próprio Filho.

A aproximação dos dois Corações expressa que a vida de Maria é vida de intimidade com Jesus.

Doze estrelas estão gravadas ao redor da medalha.

Correspondem aos doze apóstolos e representam a Igreja. Ser Igreja, é amar o Cristo e participar de sua paixão pela Salvação do mundo. Cada batizado é convidado a associar-se à missão do Cristo, unindo seu coração aos Corações de Jesus e de Maria.

A medalha é um apelo à consciência de cada um, para que escolha, como o Cristo e Maria, o caminho do amor, até o dom total de si mesmo.



USE A MEDALHA MILAGROSA



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FONTE: http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com/langues/portugues/as-aparicoes-a-medalha/ - Alguns destaques foram acrescidos.