Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

domingo, 27 de maio de 2018

A Virgem Imaculada e a Medalha Milagrosa

MEMÓRIA MENSAL DA REVELAÇÃO DA MEDALHA MILAGROSA

A MEDALHA DA IMACULADA CONCEIÇÃO CHAMADA "MEDALHA MILAGROSA" E A LEGIÃO DE MARIA
A Santíssima Virgem disse-me então: ‘Faze cunhar uma medalha segundo este modelo. As pessoas que a trouxerem depois de benzida receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem ao pescoço. Os que tiverem confiança receberão abundantes graças.” (Santa Catarina Labouré)

Vexillum Legionis (estandarte legionário).
Inspirado nono estandarte da Legião Romana
.
É usado em procissões da Legião de Maria
Os legionários darão grande valor a esta medalha, intimamente associada à história da Legião. A imagem da Medalha Milagrosa (1830), que enfeitou a mesa da primeira reunião, não foi escolhida de propósito; ela exprimia perfeitamente, no entanto, a característica devocional da organização que nascia debaixo do seu olhar.

Recomendou-se então nos trabalhos a utilização da medalha e, logo na primeira reunião, se usou a invocação nela gravada que, atualmente, faz parte da Catena, diariamente rezada por todos os membros. O desenho da Medalha faz parte do
Vexillum da Legião.

Os legionários darão grande valor a esta medalha, intimamente associada à história da Legião. A imagem da Medalha Milagrosa (1830), que enfeitou a mesa da primeira reunião, não foi escolhida de propósito; ela exprimia perfeitamente, no entanto, a característica devocional da organização que nascia debaixo do seu olhar.

Recomendou-se então nos trabalhos a utilização da medalha e, logo na primeira reunião, se usou a invocação nela gravada que, atualmente, faz parte da Catena, diariamente rezada por todos os membros. O desenho da Medalha faz parte do
Vexillum da Legião.

O fato da Medalha fazer parte da espiritualidade legionária, e isto de muitas formas, merece um momento de reflexão. Será que foi apenas por acaso ou foi obra da Providência Divina? Poderá julgar-se pelas considerações seguintes:
Quadro da Legião de Maria
Clique em cima e amplie a imagem
a) A medalha tem como fim promover a devoção à Imaculada Conceição, apresentando-a, ao mesmo tempo, no seu papel de Medianeira da graça. Resume, assim, os vários aspectos particularmente considerados pela Legião – Maria Imaculada, Mãe e Medianeira. 

À representação da Conceição Imaculada de Maria ajunta-se, no reverso, a do seu Imaculado Coração: aquela representa Maria concebida sem pecado, e esta mostra-a sem mácula em toda a sua vida.

b) O reverso da Medalha ostenta a imagem do Sagrado Coração de Jesus e a do Imaculado Coração de Maria, invocados ambos, desde a primeira reunião, nas orações iniciais da Legião. Sob a letra M, inicial do nome de Maria, encimada por uma Cruz, os dois corações, com os emblemas que os distinguem – a coroa de espinhos e a espada da dor –, recordam a Paixão de Jesus e a Compaixão de Maria, que mereceram as graças abundantes que os legionários desejam levar aos outros em companhia de sua Mãe.
Santa Catarina Labouré (ABIM)

c) Coincidência admirável: a audiência em que S. Emª o Cardeal Verdier, Arcebispo de Paris, aprovou e abençoou a Legião, começou precisamente no dia e hora do primeiro centenário da aparição da Virgem a Santa Catarina Labouré, aparição que dizia especial respeito à França.

Podemos, pois, afirmar que a Medalha foi assimilada pela Legião e de tal modo que a missão do legionário inclui a da Medalha. O legionário é como uma Medalha Milagrosa viva, instrumento humilde da Virgem, para derramar as suas graças através do mundo.

Há certa categoria de católicos que, ansiosos por se mostrarem “avançados, intelectuais”, ridicularizam como superstição esta medalha e outras medalhas e escapulários. Esta atitude irreverente para com os sacramentais aprovados pela Igreja é arriscada. Opõe-se igualmente a uma série de fatos, pois é indiscutível que o uso da medalha constitui uma bênção em muitas situações dramáticas. Soldados de Maria, os legionários hão de considerar a Medalha Milagrosa como a sua munição especial. Maria lhes comunicará, estamos certos, uma dupla eficácia, nas mãos dos seus legionários.

Pela cerimônia da recepção da Medalha, tornamo-nos membros da Associação da Medalha Milagrosa, sendo desnecessária qualquer anotação em registros. Automaticamente, o membro passa a ter direito às indulgências ligadas à Associação.

A festa própria da Medalha Milagrosa celebra-se a 27 de novembro.

Maria deu ao mundo a apostolicidade em pessoa – Aquele que veio atear o fogo à terra e desejou ardentemente que este se inflamasse. A sua missão não teria sido completa se não estivesse no meio das línguas de fogo que o Espírito de seu Filho derramou sobre os Apóstolos, para os inflamar com a Sua mensagem até à consumação dos séculos. Pentecostes foi para Maria uma nova Belém espiritual, uma segunda Epifania, em que, como Mãe, junto do berço do Cristo Místico, O dá a conhecer mais uma vez a outros Pastores e a outros Reis.” (Bispo Fulton Sheen: O Corpo Místico de Cristo)





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FONTE: “Manual da Legião de Maria”, pág. 340, capturada em http://legiaodemariacruzeirodosul.blogspot.com.br/2012/11/a-medalha-da-imaculada-conceicao.html - Os destaques são nossos.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

A Virgem Imaculada e a Medalha Milagrosa


PARA IMITAR MARIA”: REZAR 7(SETE) DIAS COM MARIA IMACULADA


Santa Catarina Labouré ajoelhada aos pés da Santíssima Virgem.
Aparição da noite do dia 18 para o dia 19 de Julho de 1830

1º DIA –
TORNAR-SE HUMILDE COMO MARIA

Maria se lembrava que tudo nela era dom de Deus. Guardava em segredo, mesmo diante de seu esposo, as graças e favores divinos com que era agraciada por Deus. Ela oferecia ao Senhor os louvores que recebia. Ela se comprazia em servir ao próximo e a se colocar sempre em último lugar. Ela não temia o desprezo; ela não foi vista em Jerusalém no Domingo de Ramos, na ocasião em que o povo recebeu seu Filho com todas as honrarias. Mas não teve medo de comparecer ao Calvário, onde foi reconhecida como a mãe de um condenado.

Santa Catarina Labouré, vós ocultastes no silêncio a graça maravilhosa de ter visto a Santa Virgem. Rogai por mim quando eu quiser me valorizar diante do próximo.

  Ó Maria Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, vós que tendes horror ao orgulho, revesti-me com o manto da vossa humildade.
  E lembrai-vos de … (minha intenção particular)…
  Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. . .

   Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós !


2º DIA – AMAR COMO MARIA

O Cristo nos deu este mandamento: amarás o Senhor Deus de todo o teu coração e a teu próximo como a ti mesmo. Maria cumpriu plenamente este duplo preceito. Segundo São Bernardo, o amor de Jesus entrou como uma espada no coração de Maria e o traspassou de um lado ao outro a fim de que nenhuma dobra e nenhuma prega ficasse sem o ferimento de amor. O coração de Maria tornou-se, então, fogo e chama: fogo por causa do amor que a queimava interiormente e chama resplandecendo no exterior, através da prática da caridade. Quando Maria carregava Jesus em seus braços, poder-se-ia dizer que “era fogo carregando fogo”.

Santa Catarina Labouré, que os dois corações,colocados no reverso da Medalha Milagrosa, me lembrem o amor a Deus, quando meu fervor arrefecer; e o amor ao próximo, quando eu der preferência a mim, dentre os outros.

  Ó Maria Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, como em Caná, rogai por mim ao vosso Filho, dizendo-lhe: “Eles não têm mais amor”, e concedei-me a graça de praticar a caridade, como vós.
  E lembrai-vos de .... (minha intenção particular)…
  Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. . .

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós !
Antigo postal de Santa Catarina Labouré
antes da canonização

3º DIA – ACREDITAR COMO MARIA

Foi pela sua fé que Maria foi proclamada bem-aventurada por Isabel. Na Paixão de Jesus, os discípulos foram tomados por dúvidas e somente a Virgem Maria se manteve firme na fé, diz Santo Alberto, o Grande. A fé é um dom de Deus e, ao mesmo tempo,uma virtude. É um dom de Deus, enquanto luz que Ele próprio faz resplandecer sobre a alma. É uma virtude quando a alma a põe em prática. O verdadeiro cristão vive segundo a sua fé. Assim viveu a Virgem Maria.

Santa Catarina Labouré, vós que acolhestes com fé as aparições da Mãe de Deus, rogai por mim quando eu duvidar.

 Ó Maria Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, obtende-me olhos que visualizem toda a luz da fé.
   E lembrai-vos de … (minha intenção particular)…
  Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. . .

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós !

4º DIA – ESPERAR COMO MARIA

A esperança nasce da fé. A Virgem Maria demonstrou quão grande era a sua confiança em Deus, embora guardando o segredo de sua miraculosa maternidade, plenamente confiante de que Deus preservaria sua inocência, sua honra e sua vida. E mesmo quando ela se viu excluída das hospedarias e constrangida a buscar abrigo num estábulo, e ainda na sua fuga para o Egito, um país estrangeiro e desconhecido e sobretudo nas Bodas de Caná, quando seu pedido foi primeiramente recusado por Jesus, Maria estava confiante que seu Filho lhe concederia a graça solicitada.

Santa Catarina Labouré, a missão que vos foi anunciada, era pontilhada de obstáculos. No entanto, vossa Mãe vos deu conselhos em relação ao vosso comportamento nos momentos de perigo, e vós confiastes. Rogai por mim, tão apressada em me preocupar.

  Ó Maria Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, vós sois, depois de Jesus, toda a minha esperança, ensinai-me a praticar o abandono, a entrega à Providência Divina.
  E lembrai-vos de … (minha intenção particular)…
  Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. . .

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós !

5º DIA – CASTIDADE DE MARIA

Deus nos deu, em Maria, o modelo perfeito da transparência em relação ao amor de Deus. Maria consagrou-se inteiramente a Deus, abrindo o caminho para muitas outras jovens. No entanto, o chamado evangélico à castidade dirige-se a todos os cristãos, seja qual for seu estado civil. Trata-se de um apelo a não usar o próximo apenas para seu próprio prazer. A castidade é um modo livre de viver, respeitando o outro como o outro, lutando contra o que, em nós, sonha sempre com uma fusão, com uma transgressão dos limites que constituem a nossa humanidade.


Santa Catarina Labouré, toda a sua vida foi dedicada a servir aos pobres com o maior respeito, comunicando a eles o amor de Deus por eles. Rogai por mim nos momentos difíceis.

  Ó Maria, Virgem Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, que o vosso nome, pronunciado com confiança, seja o meu recurso quando eu tiver que renunciar às paixões do espírito e da carne, para deixar Deus passar.
  E lembrai-vos de … (minha intenção particular)…
  Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. . .

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós !

6º DIA – POBREZA DE MARIA

Vemos Maria entrar no Templo. não com um cordeiro, que seria a oferenda das pessoas ricas, mas com um par de rolinhas que constituía a oferenda dos pobres. Havia concordado em desposar São José, que vivia exclusivamente do árduo trabalho de suas mãos. Partira para o Egito para salvar seu filho, abandonando sua casa, sua família e seus amigos. Quando a virtude da pobreza nos faz sentir seus espinhos em nossa própria carne, que fonte de consolo encontramos na pobreza de Maria e José!

Santa Catarina Labouré, vós vos consagrastes a Deus para servir aos pobres, em sua pobreza. Rogai por mim, quando colocar o dinheiro em posição por demais importante em minha vida, em vez de dar prioridade a Deus.

  Ó Maria Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, que dizeis, em vosso sublime cântico: Minha alma exulta no Senhor. Obtende-me a graça de não desejar outro bem que não seja somente Deus.
  E lembrai-vos de … (minha intenção particular)…
  Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. . .

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós !
A Virgem do Globo

7º DIA – OBEDIÊNCIA E PACIÊNCIA DE MARIA

A Virgem Santa era de tal modo apegada ao Senhor que se intitulou serva do Senhor. Maria, com humildade, viveu sua vida em total adesão à vontade de Deus. Do momento que a mulher do Evangelho, dirigindo-se a Jesus, exclamou: “Feliz o seio que te trouxe ao mundo!”, Jesus respondeu: “Mais felizes são aqueles que escutam a palavra de Deus e a põe em prática”. Naquele episódio, Maria surge como a primeira discípula de seu Filho.

Santa Catarina Labouré, vós que perseverastes com paciência na realização de vossa missão, apesar das contradições, rogai por mim.

  Ó Maria Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, obtende-nos a graça de obedecer fielmente à vontade de Deus, de suportar em paz as cruzes e amar a Deus cada vez mais.
   E lembrai-vos de... (minha intenção particular)…
   Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. . .

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós !


  Santíssima Virgem, dignai-vos obter para mim o gosto pela oração e pelo silêncio. Amém

NOTA: Pelo link a seguir, o folheto pode ser baixado no formato PDF, a fim de ser impresso, por exemplo (Clique Aqui)



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FONTE: Orações extraídas do folheto “Para Imitar Maria, rezemos 7 dias”, disponibilizado pela Capela Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, 140 rue du Bac – 75340 Paris.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A Virgem Imaculada e a Medalha Milagrosa


SANTA CATARINA LABOURÉ E A VISÃO DO CORAÇÃO DE SÃO VICENTE DE PAULO



Em 1856, por obediência ao seu cofessor, Padre Aladel, a Irmã Catarina escreveu a narrativa de suas primeiras visões, de Abril a Julho de 1830. Esta narrativa nos servirá de guia. Apenas explicaremos alguns pontos, e completaremos outros.

Cheguei à Casa-Mãe a 21 de abril de 1830, na quarta-feira antes da Transladação das Relíquias de S. Vicente de Paulo. Feliz e contente, por ter chegado antes deste grande dia, parecia-me não estar mais na terra1. No dia festa, eu pedi a s. Vicente todas as graças, que me eram necessárias, e também pelas suas duas Famílias (os Padres da Missão e as Irmãs de Caridade) e pela França. Parecia-me que todos estavam passando por grande necessidade. Enfim, eu pedia a S. Vicente que me ensinasse o que eu devia pedir, com fé viva.
E todas as vezes que eu voltava de S. Lázaro, durante a novena, à qual as Irmãs iam diariamente em peregrinação, eu sentia grande aflição: parecia-me que ia encontrar em nossa Comunidade a S. Vicente, ou ao menos o seu coração, que me aparecia todas as vezes que eu voltava de S. Lázaro.

Altar de São Vicente de Paulo na capela da Rue du
Bac
, Paris. À frente da imagem, o relicário com o
coração do Santo
Lembremo-nos que esta Irmã Catarina era aquela boa camponesa de Fain-les-Moutiers tão ponderada, cheia de espírito prático, firme e simples. Ela foi sempre o contrário de uma imaginativa ou de uma iluminada.

Onde se mostrava o coração de S. Vicente?
Eu sentia consolação de vê-lo, escreve a Vidente, em cima do pequeno ostensório em que as suas relíquias estavam expostas, na capela da Casa-Mãe.2

Mas sob que forma se manifestava o coração de S. Vicente?
Ele me apareceu de três formas diferentes, em três dias seguidos: branco cor de carne, o que anunciava a paz, a calma, a inocência e a união; depois eu o vi vermelho cor de fogo, o que deve acender a caridade nos corações: parece-me que a Comunidade deve se renovar e se estender até os confins do mundo; finalmente eu o vi vermelho-preto, o que me causou extrema tristeza. Custava-me muito suportar a angústia desta tristeza, e, sem saber como e nem porquê, eu sentia essa tal tristeza, sentia que a causa era a mudança do governo.

A Irmã Catarina conclui a narrativa desta primeira visão, declarando-se inteiramente submissa: “Entretanto, resolvi manifestar tudo isto ao meu confessor, que me acalmou quanto é possível, mandando que eu fastasse todos esses pensamentos.3

É relativamente extraordinário que uma humilde camponesa, inteiramente ignorante de assuntos políticos, tivesse preocupações a respeito da mudança do governo. Mesmo que ela conhecesse as questões políticas do momento, como poderia prever, em plena glória do reino, que a realeza estava em perigo?
Relicário com o coração de S. Vicente, em
visita à Paróquia Nossa Senhora da Salette
de Paris (entre 25.02 e 05.03.17)

Quem, em Abril, poderia sequer pensar nos acontecimentos de Julho, no sangue derramdo na queda de Carlos X?

A Vidente acrescenta que uma voz interior lhe falava: “O coração de S. Vicente está grandemente aflito com os males que vão cair sobre a França.” No derradeiro dia, enquanto o coração do Santo se lhe mostrava, numa bela cor vermelha, a voz interior lhe dizia: “O coração de S. Vicente está um pouco mais consolado, porque obteve de Deus, por intercessão de Maria, que as suas Famílias não perecessem no meio desses males, e que elas servissem para revigorar a fé.

O confessor era o Padre Aladel, ainda moço e inexperiente, e a Irmã Catarina dirigia-se a ele pelo primeira vez. A noviça era recém-chegada no seminário e ainda não dera mostra da natureza do seu temperamento e imaginação. Que crédito mereciam aquelas palavras, anunciando tristezas, quando naquele mês tudo respirava alegrias? O diretor de consciência agiu, pois, prudentemente, mandando que a penitente afastasse esses pensamentos.
Relicário com o coração de São Vicente de
Paulo


O futuro ia provar, de fato, que as duas Famílias de S. Vicente de Paulo se renovariam, no século XIX, no espírito do fundador, e se estenderiam com a graça de Deus até os confins do mundo. Mas o Padre Aladel desconhecia o futuro, e mesmo que conhecesse, devia guardar extrema reserva sobre esta primeira revelação que a jovem Irmã lhe segredava, como sobre as demais que vão seguir quase imediatamente.








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______________________
1 Esta solenidade, da qual fala a jovem noviça, foia a maior glorificação que a França prestou a S. Vicente de Paulo. As suas preciosas relíquias permaneceram escondidas durante os anos da Revolução. – De 1815 até 1830 ficaram na Casa-Mãe das Irmãs de Caridade. O Arcebispo de Paris, Monsenhor de Quelen, quis glorificar o “Santo francês por excelência”, que fez, por toda parte, conhecer, amar e bendizer o nome da França, e ordenou que suas relíquias fossem transladadas, com o maior esplendor e grande concorrência de Bispos, de padre e fieis, desde a igreja metropolitana de Notre-Dame até os Padres da Missão, na Rua de Sèvres, 95. – A população de Paris se comprimia nas ruas, e até nos telhados das casas, saudando os despojos do herói da caridade e dano os mais inequívocos sinais de alegria e de respeito.
Mons. de Quelen proferiu nessa tarde memorável estas palavras eloquentes: “Como me sinto feliz! Que doces consolações me proporciona esta festa! Agora, Deus pode enviar-me as tribulações que lhe aprouver; sinto-me com forças para suportá-las, tenho o coração retemperado!”

2 Em frente da porta atual da sacristia, sob o quadro de Sant'Ana, havia uma pequena mesa sobre a qual se a qual se colocava o relicário de S. Vicente durante a novena de sua Festa. Foi aí que se produziu a Aparição durante a meditação das cinco horas da tarde.

3 Carta ao Padre Aladel, em 1856. Arquivo da Casa-Mãe da Rua du Bac.



FONTE: CASTRO, Pe. Jerônimo P. de. “Santa Catarina Labouré e a Medalha Milagrosa”, Editora Vozes, Cap. III, pp. 65 a 69 (texto revisto e atualizado, e grifos acrescidos)

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A Virgem Imaculada e a Medalha Milagrosa


09 DE MAIO – FESTA DE SANTA LUÍSA DE MARILLAC, “PADROEIRA DAS OBRAS SOCIAIS CRISTÃS”


«Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.»
(Mateus 25, 40)

Não basta ir e dar, mas é necessário um coração purificado de todo interesse, sem jamais deixar de trabalhar na mortificação geral de todos os sentidos e paixões. Para isso temos de ter, continuamente, diante dos olhos, o nosso modelo que é a vida exemplar de Jesus Cristo, a cuja imitação somos chamadas não somente como cristãs, mas também por termos sido escolhidas por Deus para servi-lo na pessoa dos seus pobres. (Santa Luísa de Marillac, C. 257)

Luísa de Marillac nasceu no século XVII, no entanto, sua vida se assemelha à nossa nas preocupações mais cotidianas. Em meio às vicissitudes de sua vida, ela abriu progressivamente seu coração à luz de Deus.

Luísa de Marillac nasceu em 12 de outubro de 1591 numa família nobre. Vários membros desta família exercem cargos importantes na corte do rei Luís XIII. Seu tio Miguel conhece uma grande ascensão, tornando-se Guarda-Selos, em 1629. Ele está na origem da Journée des Dupes (Dia dos Logrados), em novembro de 1630, que tinha como objetivo derrubar o primeiro-ministro, Richelieu. A tentativa fracassa, Miguel é preso e termina sua vida preso no castelo de Châteaudun, onde morre em 1632.

Luísa nasce de mãe desconhecida. Seu pai era viúvo na época de seu nascimento e quando se casa novamente, ela tem três anos. Bem pequena é confiada às religiosas dominicanas do Mosteiro Real de Poissy, onde são educadas outras crianças. A educação recebida lhe proporcionou uma sólida educação intelectual e religiosa. Quando seu pai morre, ela tem 13 anos e seu tio Miguel se torna seu tutor. Ela deve deixar Poissy para morar numa pensão para moças onde conhece a vida simples e pobre. É para ela, um lugar de formação nas tarefas domésticas.

Aos 15 anos, deseja tornar-se religiosa de uma ordem austera, as Capuchinhas. O Padre diretor espiritual do convento não a aceita em virtude de sua saúde delicada. Profundamente decepcionada, Luísa se submete a essa decisão. Mais tarde, ela obedece à sua família que lhe apresenta Antonio Le Gras, simples escudeiro, um dos secretários da rainha. O casamento aconteceu em 1613; ela tem 22 anos e, a partir de agora, recebe o nome de Senhorita (mademoiselle) Le Gras, pois o título de Senhora (madame) é reservado à nobreza.

No mesmo ano, torna-se mãe do pequeno Miguel. Luísa desabrocha no seu casamento e vive feliz até 1622, ano em que seu marido adoece e se torna irritadiço. Luísa se culpa: não respeitou a promessa feita a Deus de tornar-se religiosa e eis seu marido, Antonio, doente. Não seria culpa sua? Ela entra num período de depressão; está angustiada e cheia de dúvidas sobre a fé a ponto de desejar abandonar tudo. Em 1623, na festa de Pentecostes, Deus ilumina seu coração, suas dúvidas desaparecem. Ela compreende que seu lugar é junto de seu marido, que Deus está junto dela e de seu esposo. Luísa entende que poderá, um dia, viver em comunidade a serviço do próximo, “indo e vindo”, expressão incompreensível numa época em que as religiosas são todas enclausuradas.

Luísa cerca seu marido de todos os cuidados até a sua morte, em dezembro de 1625. Viúva, os recursos financeiros ficam escassos e ela deve se mudar. Perto de seu novo endereço, mora Padre Vicente de Paulo (São Vicente), que se torna seu diretor espiritual. Os dois não sentiram grande entusiasmo ao se encontrarem, tão diferentes eram suas personalidades, ao menos aparentemente! Eles aprendem a se conhecer e Vicente ajudará Luísa a realizar sua vocação. Ele lhe propõe visitar as Confrarias da Caridadepara encorajar as Senhoras em seus serviços junto aos mais pobres. Luísa vai sair de si mesma e tomar consciência das realidades vividas pelos pobres. Ela descobre as dificuldades enfrentadas pelas senhoras para se colocarem a serviço dessas pessoas já que não podem realizar todas as tarefas humildes.
São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac

Em 1630, uma simples camponesa, Margarida Naseau, oferece seus serviços para ajudar as Senhoras. Outras camponesas chegam em seguida. Vicente confia a Luísa a formação prática e espiritual dessas jovens mulheres. Luísa se interroga e discerne, progressivamente, que essas jovens poderiam ser reunidas em uma confraria. Vicente, no começo, não a compreende. Depois de um longo tempo de reflexão e oração, a Companhia das Filhas da Caridade nasce em 29 de novembro de 1633.

Várias comunidades de Filhas da Caridade são fundadas em Paris e, progressivamente, elas se afastam da capital. Em 1638, as Irmãs partem para Touraine, em Richelieu. Seguem-se várias fundações na França. As Irmãs se colocam a serviço dos mais pobres; dos doentes em domicílio ou nos hospitais; das crianças abandonadas, criando-as e garantindo sua educação através de pequenas escolas; dos feridos de guerra; dos galerianos… Luísa preocupa-se com a formação humana e espiritual das Irmãs. Cada uma aprende as melhores técnicas de seu tempo nas áreas de saúde e educação para usá-las com os mais desfavorecidos. Cada uma aprofunda sua relação com Deus, reconhecendo nos pobres que servem o rosto de Jesus Cristo. As Irmãs vivem juntas em pequenas comunidades. O objetivo é formá-las para que se tornem autônomas e capazes de manter suas próprias necessidades.
Santa Luísa e as Filhas da Caridade

Os graves conflitos da Fronda que atingiram a França de 1644 a 1649 causaram muitas pobrezas: fome, doença, violência. Luísa e Vicente enviam as Filhas da Caridade a todas as frentes de batalha. As Irmãs se deslocam de aldeia para aldeia para socorrer e encorajar os habitantes. Esta mobilidade é uma grande novidade numa época onde as mulheres consagradas ficam dentro de seus mosteiros.

Esta comunidade nascente atravessa uma crise entre 1644 e 1649. Irmãs deixam a Companhia (o serviço dos pobres é considerado muito difícil, a vida comunitária muito exigente, as Irmãs perdem o gosto pela oração), projetos fracassam. Além disso, Luísa se preocupa com seu filho, que não sabe o que quer fazer de sua vida. Sacerdócio? Casamento? Seu futuro parece confuso… Luísa acha que falhou na educação de seu filho e é tomada novamente pelo sentimento de culpa. Com a ajuda de Padre Vicente, Luísa vai atravessar essa crise e reencontrar a paz em 1650. Seu filho se casa no mesmo ano e ela se torna avó no ano seguinte.

Seguindo o caminho do Cristo que ela tanto ama, o Senhor da Caridade que se fez homem para dar a vida aos homens, Luísa aproxima-se dos mais pobres e das Irmãs com atenção, doçura, cordialidade, compaixão. Sabe adaptar-se a cada uma para lhes dar a força para encontrar o caminho do relacionamento com Cristo.

Luísa e Vicente nunca pararam de aliviar a miséria dos mais pobres por amor a Jesus Cristo. Luísa colaborou intensamente com Vicente para que a Companhia das Filhas da Caridade permanecesse uma comunidade de “idas e vindas”, permitindo às Irmãs encontrarem os pobres lá onde viviam.
Escudo da Companhia das Filhas da Caridade

Personalidades muito diferentes, ao longo de trinta e cinco anos de trabalho em comum, aprenderam a apreciar, não sem um período de tensão, suas diferenças e semelhanças. Uma profunda amizade nasceu com o tempo, onde cada um respeita a personalidade única do outro. Eles colocam sua energia a serviço da obra que os une: o serviço de Cristo nos Pobres.

Luísa morre em 15 de março de 1660, alguns meses antes de Vicente, rodeada por sua família e Irmãs. As dificuldades, as dúvidas e angústias não a pouparam. Em sua fragilidade, ela acolheu a força do Espírito e seguiu o caminho do Cristo que assumiu a nossa carne e se fez próximo dos homens; a seu exemplo, respondeu às necessidades dos mais pobres para que cada um reencontrasse sua dignidade e se descobrisse como filho de Deus.

Hoje, a Família Vicentina se inspira na vida desta mulher que se deixou habitar pela luz do seu Senhor.

ORAÇÃO

Senhor Deus, seduzida por ti, Santa Luísa transformou-se naquela que se fez disponível aos pequenos e necessitados. Ela foi audaciosa na caridade e disponível para a missão, sempre num profundo respeito por todo ser humano.
Por seu intermédio, te pedimos: torna nossos corações cheios de teu amor, na simplicidade, na humildade e na caridade. Nos passos de Santa Luísa, possamos seguir com alegria teu Filho Jesus, e nos tornemos  sinceros servidores dos pobres, teus filhos prediletos.
Faze-nos viver a Unidade e a Comunhão no amor; liberta-nos de tudo o que nos impede servir-te na construção de uma vida na verdade, na justiça e na fraternidade.
Na tua verdade que liberta e na tua entrega generosa que restaura a vida, dá-nos viver com corações dilatados e mãos abertas, sempre no compromisso autêntico e alegre com os pobres.
E assim possamos ser um sinal, um apelo e um encorajamento para a construção do teu Reino e para o despertar de novos operários para tua messe!
Amém!
Viva Santa Luísa!


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