Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

segunda-feira, 11 de junho de 2018


SANTA CATARINA LABOURÉ E A VISÃO DE NOSSO SENHOR NA EUCARISTIA


Antigo postal espanhol de Santa Catarina

O ano era 1830, para Santa Catarina Labouré era um ano repleto de realizações e revelações extraordinárias, sobrenaturais; o ano de seu ingresso na vida religiosa, na Companhia das Filhas da Caridade, Comunidade na qual sua irmã mais velha, Irmã Maria Luísa (Labouré), já havia ingressado há mais tempo. O mês, era junho, logo após o período Pascal e Pentecostes, na verdade, era o domingo da Santíssima Trindade.

Irmã Catarina estava predestinada a ser a mensageira da Medalha Milagrosa e a confidente da Virgem Imaculada, e para tanto, a Providência Divina a preparou, desde a adolescência, com aquele sonho profético de São Vicente de Paulo, cofundador da Congregação a qual ingressaria mais tarde, e tão logo a inseriu na Companhia das Filhas da Caridade, ele mesmo, S. Vicente, revela-lhe os segredos do seu coração, mostrando-lhe em três cores diferentes conforme a mensagem que desejava lhe comunicar (Vide Aqui).

As revelações de que seria destinatária na noite do dia 18 para o dia 19 de Julho daquele ano, eram muito densas de tristes avisos, e o próprio Senhor, antes mesmo de sua Santa Mãe, dava-lhe os primeiros sinais do que estava por vir à França, especialmente para o trono daquela nação, berço das congregações vicentinas, e local escolhido para revelação da Imaculada Conceição de Maria.

O relato que segue foi extraído de Carta escrita pela Vidente a seu confessor, Padre Aladel, no ano de 1856, a mesma na qual narrou a visão do coração de São Vicente, pela qual também revelava que suas visões eram quase ininterruptas:
Depois, escreve Irmã Catarina, eu era favorecida por outra graça, e esta era: Ver a Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. Eu o vi durante todo o tempo do meu noviciado, exceto todas as vezes que eu duvidava; nesses dias eu nada via, porque eu procurava aprofundar-me em indagações sobre este mistério, e temia enganar-me.1


O Pe. Jerônimo de Castro, C.M, comenta esse trecho da referida Carta e faz outras observações importantes e esclarecedoras acerca dessa visão:


Declaração de sinceridade tocante e de perfeita humildade; porque a dúvida, convém esclarecer, não era sobre a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Hóstia, objeto de nossa fé católica, mas sobre a realidade da aparição extraordinária, da qual a noviça se julgava indigna, e por isto temia se enganar.


Este grande favor, que foi quase diário durante os oito ou nove meses do noviciado da Irmã Catarina, revestiu-se de circunstâncias particulares, no domingo, 6 de Junho de 1830:


'No dia da Santíssima Trindade, Nosso Senhor me apareceu no Santíssimo Sacramento, como um rei, tendo a cruz ao peito durante a Missa cantada. No momento do Evangelho, pareceu-me que a cruz caia aos pés de Nosso Senhor e que ele estava sem a insígnias reais; todas tinham caído por terra. Tive então os mais pretos e tristes pensamentos: pensei que o rei da terra estava perdido e ia ser despojado da realeza; e depois disso pensei, sem saber explicar na extensão dos grandes males que iam vir.'


Esses dolorosos pressentimentos da Vidente deviam, em breve, realizar-se na noite de 18 para 19 de Julho, com a queda e expulsão de Carlos X.


O Padre L. Misermont, no seu belo livro sobre 'as Graças extraordinárias da B. Catarina Labouré', aceita e apresenta provas sobre a realidade desta visão como um fato místico, frequente entre os Santos que chegaram à grande elevação sobrenatural2.


Se não se aceita este fato místico, ainda menos se poderá explicar esta visão pelas leis físicas ordinárias. Como poderia a Vidente contemplar a Nosso Senhor na Hóstia, se do seu lugar ela não podia ver a Hóstia? Na visão do dia 6 de Junho, foi durante o Evangelho que Nosso Senhor se manifestou, com as insígnias reais. A instituição da festa de Cristo Rei, por Pio XI, deu grande atualidade a esta misteriosa visão de Catarina Labouré. Na Sagrada Escritura, o Cristo é anunciado ou representado como o verdadeiro Rei do mundo; entretanto, sem a iniciativa de Pio XI, esta visão teria sido menos apreciada.”3

Portanto, parece legítimo concluirmos que todos esses eventos extraordinários na vida daquela humilde camponesa convergiam para as três grandes aparições de Nossa Senhora, eram como preparação para as grandes revelações que lhe seriam feitas, e a grande missão de que ia ser encarregada: a de divulgar a Medalha Milagrosa.
Na primeira Aparição, a Virgem Imaculada aponta
para o Sacrário, onde sua confidente deveria
procurar consolo e auxílio


O sonho e a visão do coração de S. Vicente de Paulo bem como as visões de Jesus no Santíssimo Sacramento, além das visão da santíssima Virgem, são os fatos extraordinários que se têm notícia na vida de Santa Catarina Labouré.


As próximas visões que a Santa narrará, serão as da Virgem Imaculada.


Por Maria a Jesus!


Sou todo teu, Maria.







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1 cf. CASTRO, Padre Jerônimo Pereira de. “Santa Catarina Labouré e a Medalha Milagrosa”, Editora Vozes, Cap. III, p. 71.

2 L. Misermont: Les gráces extraordinaires de la B. Catherine Labouré, p. 384.

3 Ibidem, CASTRO, Padre Jerônimo …, pp. 72-73.

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