Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A TERCEIRA E ÚLTIMA APARIÇÃO DA VIRGEM IMACULADA NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA


Ilustração da Terceira Aparição da Virgem Imaculada Nossa
Senhora da Medalha Milagrosa, por trás do Sacrário. Imagem
divulgada pela AMM-Associação Internacional da MedalhaMilagrosa
Santa Catarina Labouré ainda estava com a alma embevecida pela Aparição da tarde do dia 27 de Novembro. Aquela visão da Santíssima Virgem lhe aparecendo tão bela ao ponto de dificultar uma descrição mais pormenorizada, como a própria Vidente declararia depois: ...Ela era tão bela, que me seria impossível exprimir a beleza arrebatadora (vide no relato abaixo), permanecia viva em sua mente e coração e, quiçá, provocava-lhe o ardente desejo de revê-LA novamente, como já havia sentido depois da primeira Aparição, em julho de 1830.

Mas havia também uma preocupação no coração da Irmã Catarina: saber como levaria a bom termo a missão que a Mãe do Céu lhe confiara na visão do dia 27 de Novembro: Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo.... Era preciso convencer seu diretor espiritual, Pe. Aladel, para que a medalha fosse cunhada e distribuída, como desejava a Virgem Santíssima.

Era Dezembro de 1830, a data exata, a Vidente não se recordou, mas descreveu a visão, a forma como a bela Senhora lhe apareceu, similar à Aparição anterior. Vejamos como descreveu Santa Catarina:

De acordo com o relato de Santa Cata-
rina, a Virgem Santíssima lhe apareceu
dessa última vez trazendo o globo  nas
mãos, e dos dedos com anéis, desciam
raios que representavam as graças  que
lhe são pedidas.
  
Pela terceira vez, ela me apareceu, escreveu a irmã favorecida, mas não me lembro a data”. Como eu vivia sempre preocupada com a missão que eu tinha recebido da Santíssima Virgem, parecia-me que a veria ainda: eu vivia nessa esperança.

Um dia, às cinco horas e meia da tarde, depois da meditação, no mais completo silêncio, julguei ouvir um ruído como o fru-fru dum vestido de seda, vi a Santíssima Virgem, perto do Sacrário, um pouco atrás...1, passando a descrever a visão:

... Vi a Santíssima Virgem junto do tabernáculo, por detrás. Ela estava vestida de branco... tendo sob os pés uma esfera branca... Ela era tão bela, que me seria impossível exprimir a beleza arrebatadora. As mãos, elevadas à altura do estômago de uma maneira muito natural, em atitude de oferecimento a Deus, seguravam uma esfera de ouro, que representava o globo, em cima com uma pequena cruz de ouro. De repente, os dedos se apresentaram ornados de anéis e de pedras preciosas de um brilho muito grande; os raios que delas saiam jorravam de todos os lados, o que enchia toda a parte de baixo, de maneira que não se viam mais os pés da Santíssima Virgem. Os anéis eram em número de três em cada dedo, o maior perto da mão, um de grandeza média ao meio, e o menor na extremidade. Cada anel era revestido de pedras, mais belas umas que as outras, de um tamanho proporcionado, umas maiores e outras menores. As pedras maiores davam raios mais grossos, e as menores raios menores. Dizer-vos o que entendi no momento em que a Santíssima Virgem oferecia o globo a Nosso Senhor, é impossível transmitir...”.

A Vidente também notou que de algumas pedras não saiam raios. E uma voz lhe disse: Estas pedras das quais não sai nada são as graças que os homens se esquecem de Me pedir. Na esfera branca sobre a qual estavam apoiados os pés da Virgem Santíssima, havia também uma serpente de cor esverdeada, com manchas amarelas.
Nesta ilustração a Virgem apa-
rece sem os raios que desciam
de suas mãos.

Como eu estivesse ocupada em contemplar a Santíssima Virgem, uma voz se fez ouvir no fundo do meu coração, que me disse: 'Estes raios são os símbolos das graças que a Santíssima Virgem obtêm para as pessoas que Lhas pedem'. Estas linhas devem ser postas como legenda em baixo da imagem da Santíssima Virgem2.

Por fim, a Irmã Catarina afirma ter recebido a seguinte mensagem: “Não me verás mais, mas ouvirás minha voz durante tuas orações3.

Entretanto, parece-nos moralmente legítimo supormos que Nossa Senhora tenha se manifestado outras vezes à sua Confidente, não só antes daquela que é tida como a “última” Aparição, como também depois de Dezembro de 1830, embora seus biógrafos não façam referência expressa a essas visões.

O suporte dessa nossa suposição, está no depoimento prestado no Inquérito Canônico pelo diretor espiritual da Santa, Pe. Aladel, segundo o qual a Santíssima Virgem apareceu várias outras vezes, inclusive em Setembro, à Irmã Catarina, assim como pensamos ser um forte indício o relato da Noviça quando questionada por seu confessor acerca dos símbolos existentes na medalha se Não haveria uma outra inscrição no reverso?, tendo Catarina afirmado que já não se lembrava, mas iria rezar, e na confissão seguinte, afirmou: O M e os dois corações já dizem o bastante4. Obviamente que essa resposta dada pela Santa ao seu confessor, tempos depois das Aparições, pode ter sido obtida por meio de uma santa inspiração durante a oração ou, simplesmente, ter ouvido a voz de Nossa Senhora, ou seja, sem uma efetiva aparição, por isso afirmamos se tratar de uma suposição nossa.
Visão do atual interior da Capela da Rue du Bac, onde se
deram as Aparições da Virgem Imaculada.

Encerrava-se, assim, o ciclo das Aparições de 1830, todas na Capela da Rue du Bac, 140, Paris, e tendo como vidente a noviça Catarina Labouré. Como as demais Aparições anteriores da Virgem Imaculada, essa “última” também traz mensagens a serem refletidas, e que pretendemos fazer oportunamente.




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1 CASTRO, Padre Jerônimo Pereira de. Santa Catarina Labouré e a Medalha Milagrosa, Editora Vozes, 2ª edição/1951, Cap. IV, p. 94: “O Padre Chevalier diz que esta terceira aparição foi durante o mês de Dezembro de 1830, mas, segundo o Pe. Aladel, a SS. Virgem apareceu várias outras vezes, especialmente, em Setembro. Deposição no Inquérito canônico, p. 4”

2 MACHADO, Antonio Augusto Borelli. “Há 150 Anos surgia a Medalha Milagrosa”, excertos do artigo publicado na revista “Catolicismo”, nº 359, dezembro de 1980, p. 5.

3 LAURENTIN, René. “Catarina Labouré Mensageira de Nossa Senhora das Graças e da Medalha Milagrosa”, Edições Paulinas, São Paulo/2012, p. 37.


4 Idem, p. 42.