SANTA CATARINA LABOURÉ: A VISÃO DO CORAÇÃO AFLITO DE SÃO VICENTE DE PAULO
TRÊS
DIAS DEPOIS da chegada de Catarina Labouré à Rue du Bac,
deu-se a solene trasladação dos despojos de São Vicente de Paulo,
da Catedral de Notre-Dame (onde se encontravam provisoriamente) para
a Capela da Rua de Sèvres (Saint-Lazare). Grande cerimônia,
a qual assistiram o Rei Carlos X e o Arcebispo de Paris, Mons. De
Quélen.
No
dia seguinte, as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo
iniciaram uma novena em honra de seu patrono, na Capela de
Saint-Lazare. Durante a novena, que se estendeu de 24 de abril
a 2 de maio, ao retornar cada dia de Saint-Lazare para Rue
du Bac, a jovem noviça tinha visões do coração de São
Vicente, que ela assim descreve, na sua linguagem simples:
“Eu pedia a São Vicente todas as graças me eram necessárias, bem como para as duas famílias [Padres da Missão e Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo], e para França inteira. Parecia-me que elas tinham a maior necessidade dessas graças. Enfim, pedia a São Vicente que me ensinasse o que era preciso pedir com fé viva.
E todas as vezes que voltava de Saint-Lazare, sentia muita dor. Parecia-me encontrar São Vicente na comunidade, ou ao menos no coração, que me aparecia todas as vezes que eu voltava de Saint-Lazare.
Ele me apareceu três vezes de modo diferente, três dias seguidos: branco cor de carne, o que anunciava a paz, a calma, a inocência e a união.
Depois, o vi vermelho cor de fogo, o que devia acender a caridade no coração. Parecia-me que a comunidade devia se renovar e estender-se até as extremidades da Terra.
Por fim, o vi vermelho-negro, o que me punha a tristeza no coração; vinham-me tristezas que tinha muita dificuldade em dominar. Não sei porque nem como, essa tristeza se relacionava com a mudança de governo”.
São Vicente de Paulo, fundador da Congregação dos Padres da Missão (Lazaristas) e das Filhas da Caridade |
A
Vidente acrescenta que uma voz interior lhe disse: “O coração
de São Vicente está profundamente afligido pelos males que se vão
abater sobre a França”.
No
último dia, uma voz interior disse à Vidente:
“O coração de São Vicente está um pouco consolado, porque obteve de Deus, por mediação de Maria, que suas duas famílias não pereceriam no meio dessas infelicidades, e que Deus se serviria delas para reanimar a fé”.
A
Santa conclui sua narração dizendo que contou tudo a seu confessor,
o qual procurou acalmá-la o mais possível, “desviando-me de
todos estes pensamentos”.
O
confessor da Santa já era então o Pe. Aladel.
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FONTE: excertos de artigo de Antonio Augusto Borelli Machado, publicado na Revista "Catolicismo", nº. 359, novembro de 1980. O título e os destaques são nossos.
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