A CAPELA ESCOLHIDA PELA VIRGEM IMACULADA
Ao
penetrar na Capela, o visitante sente-se rodeado de brancura e de
pureza.
Branca,
a abóbada arqueada, sustentada por finas colunas de mármore.
Branco
os vitrais que difundem amplamente a luz.
Branco
o original pequeno púlpito à esquerda.
Brancas
as artísticas estações da Via Sacra, delicadamente esculpidas em
mármore de Carrara.
Um
afresco, obra do pintor Mèriel-Boussy, orna a grande abóboda acima
do santuário. Esse motivo em tom azulado duma extrema suavidade
evoca a célebre Aparição da noite do dia 18 de Julho de 1830 (imagem abaixo e à direita).
Tudo
convida à oração, ao recolhimento; a mesma Virgem nos atrai1.
Erguei o olhar, vede as palavras escritas, em semicírculo debaixo da
pintura:
«
VINDE AO PÉ DESTE ALTAR, AS GRAÇAS SERÃO DERRAMADAS SOBRE TODOS
...»
São
algumas palavras que a Santíssima Virgem pronunciou aqui (ali) mesmo
e que nos foram transmitidas pela pequena mensageira.
Aproximemo-nos
do Santuário separado na nave, por uma bela Mesa da Comunhão, cujos
arabescos, trabalhados em ferro, entrelaçam as espigas e as uvas.
Este
pequeno Santuário tão íntimo, parece refletir sobre as suas
paredes de mármores, revestidas de ex-votos, a pureza daquela que aí
se veio sentar. Os círios parecem se refletir nesta alvura, a chama
dourada da sua silenciosa oração.
A
querida jaculatória trazida do Céu a este lugar pela Virgem:
«Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS,»
prolonga
a auréola luminosa das doze estrelas e encerra os dois corações
resplandecendo no fundo da abóboda: o Coração de Jesus cercado de
espinhos: o Coração de Maria transpassado pela lança; os dois
corações gravados sobre a Medalha Milagrosa.
Lá
no alto, da alva cúpula, as primeiras palavras da profissão de fé
que as Filhas da Caridade recitam piedosamente a cada dezena do
terço2,
desde a fundação da sua Comunidade; isto é, há (mais) três
séculos antes portanto, da proclamação do dogma da Imaculada
Conceição pela Igreja.
«
SANTÍSSIMA VIRGEM EU CREIO E CONFESSO A VOSSA SANTA E IMACULADA
CONCEIÇÃO. »
Sobre
um fundo de mosaico ornado com lírios, destaca-se a estátua
esculpida em 1930 (imagem ao lado) – ano do centenário das Aparições – pelo
artista Real del Sarte. Imaterial nas suas linhas puras, elevando os
olhos para o Céu, Maria oferece ao Senhor o globo do mundo3.
☞ NOTA: Para melhor visualizar os detalhes, faça uma visita virtual à Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, sito à Rue du Bac, 140, Paris.
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1 Santa
Catarina Labouré tinha especial carinho e predileção pela Capela
na qual a Virgem Imaculada lhe apareceu, e conta-se que, pouco antes
de morrer, ao ser visitada pelo Diretor das Filhas da Caridade, a
fim de receber sua bênção, foi pelo mesmo também informada
acerca das peregrinações à gruta de Lourdes, tendo a Santa assim
observado: “Na
capela da Comunidade é que a Santíssima Virgem quer ser honrada
pelas Irmãs. É lá que deve ser a verdadeira peregrinação”.
2 Trata-se
de uma breve oração à Imaculada Conceição atribuída a Santa
Luísa de Marillac: “Santíssima
Virgem, eu creio e confesso a vossa santa e Imaculada Conceição,
pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição
Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de
vosso Filho a humildade, a caridade, a obediência, a castidade, a
santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na
prática do bem, uma santa vida e uma boa morte, e a graça ... que
peço com toda a confiança. Amém.”
3 Na
segunda Aparição a Santa Catarina Labouré, em 27 de Novembro de
1830, a Santíssima Virgem apresenta-se de pé sobre o globo
terrestre, esmagando com o pé a serpente infernal, e nas mãos
elevadas à altura do peito, um globo que parecia oferecer a Deus,
num gesto suplicante, tendo a Vidente ouvido no íntimo de seu
coração uma voz que lhe dizia: «
Este globo que vedes, representa o mundo
inteiro, particularmente a França e cada pessoa em particular. »
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FONTE: Livreto “Santa Catarina Labouré”, Editions Héliogravure M. LESCUYER, 16, rue des Remparis d'Ainay, Lyon, sem numeração das páginas e indicação do ano de sua publicação, porém, cremos ter sido anterior à canonização de Santa Catarina, ocorrida em 27 de Julho de 1947, pois em sua última página traz o Extrato do Discurso de Sua Santidade Pio XI por ocasião de sua Beatificação (28 de Maio de 1933). O título e as notas de rodapé, são nossos.
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