Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

A CAPELA ESCOLHIDA PELA VIRGEM IMACULADA


Ao penetrar na Capela, o visitante sente-se rodeado de brancura e de pureza.

Branca, a abóbada arqueada, sustentada por finas colunas de mármore.

Branco os vitrais que difundem amplamente a luz.

Branco o original pequeno púlpito à esquerda.

Brancas as artísticas estações da Via Sacra, delicadamente esculpidas em mármore de Carrara.

Sim, é bem o domínio da Virgem Imaculada, Rainha dos Céus cuja bela estátua com as mãos espalhando raios (imagem ao lado, à esquerda), coroada de luminosas estrelas, atrai os olhares daqueles que ali penetram.

Um afresco, obra do pintor Mèriel-Boussy, orna a grande abóboda acima do santuário. Esse motivo em tom azulado duma extrema suavidade evoca a célebre Aparição da noite do dia 18 de Julho de 1830 (imagem abaixo e à direita).

Tudo convida à oração, ao recolhimento; a mesma Virgem nos atrai1. Erguei o olhar, vede as palavras escritas, em semicírculo debaixo da pintura:

« VINDE AO PÉ DESTE ALTAR, AS GRAÇAS SERÃO DERRAMADAS SOBRE TODOS ...»

São algumas palavras que a Santíssima Virgem pronunciou aqui (ali) mesmo e que nos foram transmitidas pela pequena mensageira.


Aproximemo-nos do Santuário separado na nave, por uma bela Mesa da Comunhão, cujos arabescos, trabalhados em ferro, entrelaçam as espigas e as uvas.


Este pequeno Santuário tão íntimo, parece refletir sobre as suas paredes de mármores, revestidas de ex-votos, a pureza daquela que aí se veio sentar. Os círios parecem se refletir nesta alvura, a chama dourada da sua silenciosa oração.

A querida jaculatória trazida do Céu a este lugar pela Virgem:

«Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS,»

prolonga a auréola luminosa das doze estrelas e encerra os dois corações resplandecendo no fundo da abóboda: o Coração de Jesus cercado de espinhos: o Coração de Maria transpassado pela lança; os dois corações gravados sobre a Medalha Milagrosa.

Lá no alto, da alva cúpula, as primeiras palavras da profissão de fé que as Filhas da Caridade recitam piedosamente a cada dezena do terço2, desde a fundação da sua Comunidade; isto é, há (mais) três séculos antes portanto, da proclamação do dogma da Imaculada Conceição pela Igreja.

« SANTÍSSIMA VIRGEM EU CREIO E CONFESSO A VOSSA SANTA E IMACULADA CONCEIÇÃO. »



Demos alguns passos à direita. Eis-nos diante do Altar «da Virgem Poderosa ou Virgem do Globo». Altar que encerra o precioso corpo de Santa Catarina Labouré.


Sobre um fundo de mosaico ornado com lírios, destaca-se a estátua esculpida em 1930 (imagem ao lado) – ano do centenário das Aparições – pelo artista Real del Sarte. Imaterial nas suas linhas puras, elevando os olhos para o Céu, Maria oferece ao Senhor o globo do mundo3.







☞ NOTA: Para melhor visualizar os detalhes, faça uma visita virtual à Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, sito à Rue du Bac, 140, Paris.






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1 Santa Catarina Labouré tinha especial carinho e predileção pela Capela na qual a Virgem Imaculada lhe apareceu, e conta-se que, pouco antes de morrer, ao ser visitada pelo Diretor das Filhas da Caridade, a fim de receber sua bênção, foi pelo mesmo também informada acerca das peregrinações à gruta de Lourdes, tendo a Santa assim observado: Na capela da Comunidade é que a Santíssima Virgem quer ser honrada pelas Irmãs. É lá que deve ser a verdadeira peregrinação.

2 Trata-se de uma breve oração à Imaculada Conceição atribuída a Santa Luísa de Marillac: Santíssima Virgem, eu creio e confesso a vossa santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso Filho a humildade, a caridade, a obediência, a castidade, a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte, e a graça ... que peço com toda a confiança. Amém.

3 Na segunda Aparição a Santa Catarina Labouré, em 27 de Novembro de 1830, a Santíssima Virgem apresenta-se de pé sobre o globo terrestre, esmagando com o pé a serpente infernal, e nas mãos elevadas à altura do peito, um globo que parecia oferecer a Deus, num gesto suplicante, tendo a Vidente ouvido no íntimo de seu coração uma voz que lhe dizia: « Este globo que vedes, representa o mundo inteiro, particularmente a França e cada pessoa em particular. »





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FONTE: Livreto “Santa Catarina Labouré”, Editions Héliogravure M. LESCUYER, 16, rue des Remparis d'Ainay, Lyon, sem numeração das páginas e indicação do ano de sua publicação, porém, cremos ter sido anterior à canonização de Santa Catarina, ocorrida em 27 de Julho de 1947, pois em sua última página traz o Extrato do Discurso de Sua Santidade Pio XI por ocasião de sua Beatificação (28 de Maio de 1933). O título e as notas de rodapé, são nossos.



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