MARIA IMACULADA, NOSSA “CORREDENTORA”
Já
tivemos oportunidade de mostrar aqui neste blog, por mais de uma vez,
a riqueza simbólica da Medalha Milagrosa da Virgem Imaculada,
inclusive transcrevendo artigos do Pe. René Laurentin, mariólogo de
nosso tempo, que faz ver-se a Medalha Milagrosa como um verdadeiro
“compêndio de mariologia”.
Hoje,
já nos aproximando das celebrações da Semana Santa, quando, ao
lado daquelas dedicadas à Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor,
também celebra-se também as dores e sofrimentos de Maria
Santíssima, aos menos seus devotos, sendo muito comum a
representação de seu Coração Imaculado transpassado por uma ou
sete espadas (referência às suas Sete Dores).
A
Medalha Milagrosa da Virgem Imaculada de 1830, em seu reverso,
traz-nos expressa referência a esse momento tão crucial das vidas
de Jesus e Maria, pois vê-se impresso ambos os Corações dolorosos
de forma justaposta: ao lado do Coração Sacratíssimo de Jesus
(coroado de espinhos, encimado pela cruz e transpassado pela lança,
na cruz), temos o Coração doloroso de Maria (transpassado por uma
espada).
Reverso da Medalha Milagrosa |
Além
dos Corações de Jesus e Maria, há a Cruz de nossa redenção,
sobre um travessão (altar do sacrifício Eucarístico), ambos
apoiados no M (monograma do nome de Maria).
Tais
símbolos expressam, de uma maneira bem objetiva e inconfundível, a
efetiva participação da Virgem Imaculada no plano salvífico de
Deus: a Redenção do gênero humano, sua Corredenção.
Padre
René Laurentin1,
com seu peculiar magistério, descreve-nos toda a grandeza destes
símbolos gravados no reverso da Medalha Milagrosa pelo Céu:
“O
anverso da Medalha mostra Maria como dispensadora de todas as graças;
o reverso ensina outra verdade. Apresenta Maria unida a Jesus na
aquisição da graça. Porque a Virgem não é só distribuidora de
todas as graças. Com Cristo e no Calvário, é também a
CORREDENTORA, adquirindo com seu Filho as graças que poderá
distribuir.
A
letra M leva encima a Cruz. Esta se apoia sobre Maria, está como que
plantada n'Ela, por assim dizer. Pode ser que haja nesta uma alusão
à Maternidade divina da Virgem. Porém, neste simbolismo está
certamente afirmado que Jesus e Mara no constituem mais que UM na
obra da Redenção.
Os
dois Corações dolorosos de Jesus e Maria, justapostos, têm o mesmo
significado. Não somente um mesmo amor, senão também um mesmo
sangue que jorraram destes dois corações. O sangue que o Filho
oferece sobre a Cruz, é o sangue que recebeu de sua Mãe e quando a
lança do soldado transpassa o Coração de Jesus, é o sangue de
Maria que correrá.
É,
por outro ângulo, o que ensina o Vaticano II na Constituição
dogmática sobre a Igreja (Lumem
Gentium),
no Capítulo VIII, Nro. 61: 'Maria foi associada à obra redentora de
seu Filho a título absolutamente único... padecendo com seu Filho
que morria na cruz, contribuiu com a obra do Salvador, uma cooperação
absolutamente sem paradigma… a fim de restaurar a vida sobrenatural
nas almas. Por isso é para nós, na ordem da graça, nossa Mãe.'
Certamente,
Jesus sozinho, porque é Deus, podia ser o Redentor pleno e
necessário, porém, quis que sua Mãe participasse, dependendo d'Ele
de um modo secundário e não necessário e por uma graça merecida
por Ele, no mistério da Redenção. Ao lado do novo Adão, Cristo,
Maria é a nova Eva, que colaborou em nosso resgate, como a primeira
Eva contribuiu com o primeiro Adão em nossa ruína.
E
que não se diga que há aqui uma interpretação forçada do
Vaticano II, e que no texto citado acima não se trata de
CoRRedenção. A palavra sem dúvida não está (expressa), mas se
encontra a realidade. E um mariólogo tão entendido como o Pe.
Balic, presidente da Academia Pontifícia Mariana, não duvidou ao
afirmar, no Primeiro Congresso Mundial de Teologia Pós-conciliar,
ocorrido em Roma em fins de setembro de 1966, diante de 1200
teólogos e peritos, que o texto conciliar contém, com certeza, a
afirmação da mediação e da CoRRedenção mariana, assim como
ensina a Maternidade espiritual de Maria, em relação aos fieis,
como jamais e em nenhuma parte, havia sido afirmada com tanto
vigor.”2
Portanto,
aí está mais um símbolo de singular grandeza presente na Medalha
Milagrosa, incitando-nos a uma terna e filial devoção aos Corações
de Jesus e Maria, unidos na Encarnação e na Paixão do Senhor,
nestas e em todas as demais circunstâncias de suas santas vidas,
unidos por nossa Redenção.
Ó
Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!
Coração
doloroso e imaculado de Maria, sede a nossa salvação!
Sacratíssimo
Coração de Jesus, nós confiamos em Vós!
Por
Maria a Jesus!
Sou
Todo Teu, Maria.
Hoje
é dia da Novena
Perpétua da Virgem Imaculada da Medalha Milagrosa.
Reze conosco (Clique Aqui), ou acesse a coluna lateral à sua
direita.
USE
A MEDALHA MILAGROSA
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1 O
Pe. René Laurentin foi um teórico francês, grande mariólogo de
nossa época, tendo escrito diversas obras, e falecido em
10.09.2017.
2
http://www.misevi.org/docs_web/esp/art/mm_explicacion/mm_explicacion_total.htm
– A tradução e adaptação para o português do Brasil é nossa.
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