LUTA ENTRE A RAÇA DA VIRGEM E A RAÇA DA SERPENTE INFERNAL
"Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade d’Ela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar" |
Dissertando
sobre a eterna luta entre a Virgem e a serpente, São Luís Maria
Grignion de Montfort nos mostra a vida dos povos antes de tudo como
uma grandiosa, trágica e incessante guerra entre a verdade e o erro,
o bem e o mal, o belo e o feio. Batalha sem a qual a existência
terrena do homem, desfalcada do seu significado sobrenatural,
perderia sua dignidade.
Comentando as palavras do
Gênesis (3, 15): «Porei
inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a
posteridade d’Ela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições
ao seu calcanhar»,
observa
com profundidade o grande santo: “Uma
única inimizade Deus promoveu e estabeleceu, inimizade
irreconciliável, que não só há de durar, mas aumentar até o fim:
a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio” (cf.
Tratado
da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, Editora
Vozes, Petrópolis, 6.a ed., 1961, p. 54).
O
santo passa em seguida a descrever a grande guerra que divide
inexoravelmente os homens até o fim da História, guerra que não é
senão um prolongamento da oposição entre a Virgem e a serpente,
entre a descendência espiritual d’Aquela e a desta.
Dentro deste quadro, a
“clemens,
pia, dulcis Virgo Maria”
que
o doutor melífluo, São Bernardo, cantou com tal suavidade no “Salve
Regina”,
nos é apresentada por São Luís Grignion como uma verdadeira torre
de combate (“Turris
davidica”
– exclama a ladainha lauretana).
Ao
longo da História, os filhos de Nossa Senhora batalharão até o fim
do mundo contra os filhos de Satã. E a vitória final será dos
primeiros, pela interferência da Mãe de Deus: “Os
filhos de Belial, os escravos de Satã, os amigos do mundo (pois é a
mesma coisa) sempre perseguiram até hoje e perseguirão no futuro
aqueles que pertencem à Santíssima Virgem, como outrora Caim
perseguiu seu irmão Abel, e Esaú, seu irmão Jacob, figurando os
réprobos e os predestinados. Mas a humilde Maria será sempre
vitoriosa na luta contra esse orgulhoso, e tão grande será a
vitória final, que Ela chegará ao ponto de esmagar-lhe a cabeça,
sede de todo o orgulho” (op.
cit., pp. 56-57).
*
* *
Nossos
dias também têm sido, são e serão sacudidos por esse entrechoque
terrível.
A
supressão dessa luta por uma reconciliação ecumênica entre a
Virgem e a serpente, entre a raça da Virgem e a raça da serpente,
rumo a uma era na qual a cessação utópica do entrechoque acarrete
uma composição entre todos os direitos, todos os interesses, uma
interpenetração de todas as línguas sob um governo universal que
será tão-só fartura e despreocupação: eis a grande utopia contra
a qual as massas se devem precaver. Eis o regresso (ou antes, o
retrocesso) à orgulhosa Torre de Babel, que de todos os modos o
neopaganismo procura reerguer. Eis a bandeira toda tecida de ilusão
e de mentira com que, em todas as épocas, os demagogos procuram
arrastar as massas insurrectas.
_____________Excertos
do artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado na “Folha de S.
Paulo” em 12-8-1980.
USE
A MEDALHA MILAGROSA
Receba
o conteúdo deste blog gratuitamente. Cadastre seu e-mail abaixo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário