Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

sexta-feira, 27 de julho de 2018

A Mensagem da Rue du Bac - A Aparição se Repetiu Muitas Vezes


MEMÓRIA MENSAL DA REVELAÇÃO DA MEDALHA MILAGROSA

 A MENSAGEM DA RUE DU BAC – A APARIÇÃO SE REPETIU MUITAS VEZES


A estátua da Virgem dos Raios no altar principal da capela da Rue du Bac, Paris, 140
Todos quantos têm escrito sobre a Medalha ou sobre a vida de Santa Catarina Labouré são coincidentes ao afirmarem que a aparição da Virgem dos Raios e também da Virgem do Globo, são as mesmas em fases distintas, repetiram-se várias vezes. Porém, quantas? Joseph Dirvin, Luden Misermont, Jesús Cavanna e Francesco Avidano asseguram terem sido cinco, ao menos: setembro, novembro e dezembro de 1830 e em março e setembro de 1831. As três primeiras tiveram lugar enquanto a Irmã Catarina estava em seu noviciado, mas as outras duas ocorreram em suas visitas à Rue du Bac, quando vinha de Enghien.


Como chegaram os citados escritores a essa conclusão? Indubitavelmente ao recolherem as afirmações do Padre Aladel com as de Santa Catarina. Em sua carta ao Abade Le Guillou, o Padre Aladel disse que a aparição teve lugar “no final de 1830”, e em seu livro Notice precisa, somente na oitava edição, de 1842, que a Virgem da Medalha apareceu em setembro de 1830. Essa mesma afirmação foi feita sob juramento em 1836, interrogado por Monsenhor Quentin, promovedor do “Inquérito canônico sobre a origem e os efeitos da Medalha”. Porém, nestas três situações, a carta, o livro e a declaração canônica, o confessor da Vidente insiste que a visão se repetiu seis meses depois e de novo outros seis meses após, quer dizer, em março e em setembro de 1831.
A Virgo Potens ou Virgem Poderosa, no altar lateral
esquerdo.

Santa Catarina, por sua vez, disse em seu primeiro relato, o de 1841: “A 27 de novembro, que era sábado do primeiro domingo do advento, às cinco e meia da tarde.” E num segundo relato seu, dessa mesma data, acrescenta dentro do texto: “Pela terceira vez me apareceu; não recordo-me o tempo.” [data exata]. O Padre Jules Chevalier, ao organizar os papéis da Vidente, afirma que esta “terceira vez” corresponde ao mês de dezembro.

Eis aqui, pois, como se chega a essa conclusão das cinco datas: setembro de 1830 e março e setembro de 1831, mencionados pelo Padre Aladel; e em novembro de 1830, indicado por Santa Catarina, o mesmo em relação a dezembro desse mesmo ano, segundo interpreta o Padre Chevalier.

Entretanto, o historiador incorre em algumas contradições, ao menos aparentemente. O Padre Aladel afirma, na segunda seção da "pesquisa canônica de 1836”, que a Vidente fazia seis meses no Noviciado quando teve a visão. Pois bem, Santa Catarina ingressou no noviciado em 23 de abril. Como pôde ter a visão em setembro se até 23 de outubro ainda não havia completado os seis meses? Seria o resultado de impressões e conclusões literais e nada mais?

O documento mais antigo, com data do mês de agosto de 1833, firmado em Paris por Carlos Lamboley, assegura que a aparição teve lugar “no princípio do ano de 1831”.
Padre Aladel, diretor espiritual de Santa
Catarina Labouré

Como se explicam estas discordâncias? Todos os testemunhos concordam no fato de que a aparição se repetiu, ao menos três vezes. Na quinta seção do “Inquérito”, o Padre Aladel disse: “Ela me falava com temor, e isto quando se sentia atormentada, agitada e forçada pelo desejo de me confiar a repetição da visão, tal era a causa pela qual a Irmã não tenha me falado mais que três vezes, por mais que a visão tenha se repetido com mais frequência…” Seguramente, o número das visões são superiores a cinco, e assim se explica o fato dos confessores de Santa Catarina, e ela mesma, fazerem alusões a datas distintas, que também não se excluem.

A visão se repetiu umas vezes durante a missa e outras durante a oração da tarde; umas sobre o altar principal e outras sobre o altar de São José, hoje da Virgo Potens. A do dia 27 de novembro é adotada pela Igreja como data comemorativa da aparição. Porque se repetiu tantas vezes a visão é algo que resta à especulação: segundo uns, a Virgem queria que a visão ficasse bem gravada na mente da Noviça; outros, a repetição era uma espécie de insistência para que se cunhasse a Medalha. O Padre Aladel confirmava: “A Santíssima Virgem não estava contente de que se negligenciasse em fazer cunhar a Medalha.”
Santa Catarina Labouré

Os encontros entre Irmã Catarina e o Padre Aladel no confessionário resultavam desagradáveis. As Irmãs que esperavam sua vez podiam escutar a peleja. Não entendiam acerca do que discutiam, porém, segundo declararam algumas, ante o solene tribunal convocado em Roma para investigar a santidade de Soror Catarina, ambos pareciam insistir em algo oposto. A mesma Soror Catarina, pouco antes de morrer, assegurou haver dito à Virgem que “melhor seria se tivesse aparecido para outra pessoa, porque ninguém acreditava nela, e seu confessor, ao saber disso, a chamou de 'vespa do mal”. A polêmica consistia no fato da Vidente querer ver cunhada o quanto antes a Medalha, mas o Padre Aladel não dava a devida atenção ao assunto. Provavelmente esta era uma das razões pelas quais se repetiu tantas vezes a visão. Esse embate entre diretor e dirigida resulta um tanto infantil, se bem que era real.

Pode admitir-se [portanto] a repetição como uma prova de autenticidade?


Bibliografia [da fonte]:
MISERMONT, Luden: La bienheureuse Catherine Labouré, Filie de la Charité…, págs. 98-106, 3′ edic., París, 1933; ídem: Les graces extraordinaires de la bienheureuse Catherine Labouré,págs. 272-302, Paris, 1933;
CAVANNA, Jesús: Manual of the Children of Mary Immaculate,página 206, Appendix I., Manila, 1957;
CHEVALIER, Jules: La Médaille Miraculeuse, pág. 80, 10. edic., Paris;
DIRVIN, Joseph: o. c., págs. 100-101;
DELGADO, José: o. c., págs. 131-32;
CRAPEZ, Edmond: o. c., págs. 63-647 74-75.

OREMOS:
“Ó Virgem Milagrosa, Rainha Excelsa, Imaculada Senhora, sede minha advogada, meu refúgio a asilo nesta terra, minha fortaleza e defesa na vida e na morte, meu consolo e minha glória no céu.” (extraída da Novena à Virgem Imaculada da Medalha Milagrosa)





Receba o conteúdo deste blog gratuitamente. Cadastre seu e-mail abaixo.




FONTE: artigo de J. DELGADO, C.M. , publicado originalmente em 1968, capturado em http://vincentians.com/es/el-mensaje-de-rue-du-bac-iii-la-aparicion-se-repitio-muchas-veces/ - Traduzido e adaptado para o português do Brasil por nós, bem como alguns destaques são nossos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário