A MENSAGEM DA APARIÇÃO DA NOITE DO DIA 18 PARA O DIA 19 DE JULHO DE 1830 – PARTE I
Primeira Aparição da Santíssima Virgem a Santa Catarina Labouré, na noite do dia 18 para o dia 19 de Julho de 1830 |
Já
vimos o relato da Primeira Aparição da Virgem Imaculada à sua
vidente Santa Catarina Labouré (pronuncia-se, “Laburrê”),
entretanto, o relato publicado anteriormente consistiu tão somente
na narrativa da Aparição em si, passamos agora ao conteúdo das
revelações feitas à vidente, tomando-se por base o relato
autêntico da própria Santa.
Eis
o texto escrito pela Irmã Catarina em 1876:
“1830,
18 de Julho. Colóquio da Santíssima Virgem, de onze horas da noite
até uma hora e meia da manhã do dia 19 de Julho, festa de S.
Vicente.
«Minha
filha, Deus quer encarregá-la de uma missão. Haveis de sofrer
muito, mas vencereis essas penas, pensando que as suportais para
glória de Deus. Conheceis o que provém de Deus; sereis atormentada
até que disserdes tudo a quem está encarregado de vos dirigir
espiritualmente. Sereis contestada, mas não vos faltará a graça;
não temais, portanto. Tende confiança. Dizei-o com simplicidade e
confiança. Vereis algumas coisas, dizei-lhas. Sereis inspirada em
vossas orações.
«Os
tempos são maus. Varias desgraças vão cair sobre a França; o
trono será derrubado; o mundo inteiro será revoltado por desgraças
de toda a sorte (a santa Virgem demonstrava o rosto triste ao dizer
isto); mas vinde ao pé deste altar. Aqui as graças serão
abundantes para os que a pedirem com confiança e fervor; serão
concedidas as grandes e pequenos.
Rue du Bac, em 1830, passando-se em frente à Casa-Mãe das Filhas da Caridade de São Vicente |
«Minha
filha, gosto de derramar minhas graças, especialmente sobre a
Comunidade; amo-a ternamente. Ela, porém, me faz sofrer: há grandes
abusos, a Regra não é observada, a regularidade não é perfeita;
há grande relaxamento nas duas Comunidades. Dizei isto a quem está
encarregado de vossa direção. Bem que ele não seja superior, será
contudo incumbido, de maneira especial, da Comunidade; deve, pois,
envidar todos os esforços para restituir à Regra o seu primitivo
esplendor.
«Dizei-lhe
em meu nome... que ele proíba as más leituras (isto é, as que
prejudicam o espírito da Comunidade), com a perda de tempo, com as
visitas... Logo que a observância da Regra voltar a ser praticada,
uma outra Congregação virá se reunir à vossa. Não é conforme o
costume, mas muito a amo. Dizei, pois, que a recebam. Deus abençoará
a união das duas Comunidades e haverá grande paz. A Comunidade vai
se tornar grande.
Padre Aladel, confessor de S. Catarina Labouré |
«Vão
acontecer grandes desgraças. O perigo será imenso, não temais.
Deus e S. Vicente vos protegerão... (a Santíssima Virgem
conservava-se triste); nessa ocasião eu mesma estarei convosco;
sempre vos protegi. Hei de conceder-vos muitas graças. Virá um
momento em que o perigo será grande, tudo parecerá perdido, mas
então eu estarei convosco, tende confiança. Reconhecereis a minha
visita e a proteção de Deus e de S. Vicente sobre as duas
Comunidades. Mas não será a mesma coisa em relação às outras
Comunidades (a Santíssima Virgem tinha lágrimas nos olhos ao me
dizer isto); o clero de Paris contará muitas vítimas, o senhor
arcebispo perecerá.
«Minha
filha, a cruz será desprezada, o sangue correrá nas ruas (nesse
ponto, a Santa Virgem quase não podia falar, a dor transparecia no
seu semblante).
«Minha
filha, todo o mundo mergulhará na tristeza.»
Há
outro texto deste colóquio que conclui dessa forma: “A estas
palavras, pensei: quando se dará tudo isto? Entendi perfeitamente:
quarenta anos. Sobre este ponto o Padre Aladel me perguntou: Sabeis
se vós estareis presente e eu também? – Ao que lhe respondi:
Outras pessoas estarão presentes, se nós não estivermos.”2
Continua...
FONTE:
CASTRO, Jerônimo P. de Castro. S.
Catarina Labouré,
Editora Vozes, 11ª edição, Petrópolis/RJ, 1951, p. 79 a 81.
______________
1 Os
biógrafos de Catarina Labouré citam este texto assim: “Quarenta
anos... depois dez... e enfim a paz.” – Ora, em 1880 não houve
nenhum acontecimento revolucionário. Foram dadas várias
explicações. A melhor é a que nega a autenticidade destes duas
palavras: depois dez, porque
não se encontram nos manuscritos da Santa.
2 Em
1876, a Irmã Catarina, pouco antes de morrer, teve de escrever dois
relatórios de suas visões, por ordem do Padre Chevalier, diretor
geral das Irmãs de Caridade. O primeiro sem data; o segundo foi
entregue pela Vidente ao dito Padre Chevalier, a 30 de Outubro de
1876, dois meses antes de seu trânsito para o Céu.
Imagens:
http://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/tempari.html
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