A GLORIFICAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA
Escolhida
por Deus para dar à luz o Redentor do mundo, a fim de cooperar com
Ele na Obra da redenção do gênero humano e tornar-se a
Dispensadora de todas as graças, que tesouros de santidade não lhe
deviam ser dispensados; pois se Deus é bom e rico para todos, quão
inefavelmente rico e bom devia ser para a Santíssima Virgem Maria!
Dai aquela plenitude de graça que desde toda eternidade estava
reservada para a futura Mãe de Jesus, como o Arcanjo Gabriel
testemunhou clara e expressamente no dia da Anunciação,
dizendo-Lhe: «Ave,
cheia de graça; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as
mulheres».
É
opinião comum até que a graça de Nossa Senhora no primeiro
instante de sua existência já era maior que a de qualquer um dos
Santos no último momento de sua vida, de sorte que onde termina a
virtude dos outros, começa a santidade da Virgem. Por isso chamou
São João Damasceno a Maria Santíssima um “Abismo
imenso de graça”.
Três
fatores, porém, concorreram de modo particular para a santidade da
excelsa Mãe de Deus. Antes de tudo a
ausência completa de qualquer pecado,
tanto original como mortal e venial. Em Maria Santíssima nem sombra
da mínima imperfeição. É Ela a fonte mais cristalina de pureza
que se possa imaginar; o Espelho mais perfeito do Divino Coração de
Jesus; o Jardim de delícias do próprio Deus, no qual o mais leve
sopro do mal nunca podia entrar. Compreende-se, pois, porque os céus
e a terra encontram-se no canto uníssono: “Sois
toda bela, ó Maria, sois toda bela e nenhuma mancha há em Vós”!
Outro
fator que contribuiu extraordinariamente para a santidade de Nossa
Senhora era sua
perfeitíssima cooperação com as inspirações do céu.
Jamais houve alguém que tão fielmente correspondesse às graças de
Deus como a Santíssima Virgem Maria. Mas se no primeiro instante de
sua existência (o de sua Imaculada Conceição) Ela já era cheia de
graça – graça essa que ia crescendo de momento em momento –
qual a criatura capaz de sondar o oceano insondável da virtude e
santidade da Virgem, quando chegado ao termo de sua vida terrestre!
Aqui vem a propósito sua própria exclamação: «O
Todo-poderoso fez grandes coisas em Mim»!
Terceiro
fator que cooperou indizivelmente para a santidade da Virgem Maria
era a
nova e superabundante efusão de graças e bênçãos divinas nos
momentos em que Ela foi chamada para certas funções especiais. É o
que se deu quando Nossa Senhora tornou-se Mãe de Jesus na casa de
Nazaré; é o que se repetiu quando se tornou Corredentora do mundo
no monte Calvário; é o que aconteceu mais uma vez, quando tornou-se
Mestra da Igreja Católica no dia da descida do Divino Espírito
Santo no cenáculo: “Vinde
e escutai todos os que temeis a Deus, pois quero narrar-vos quantas
coisas maravilhosas Ele operou na minha alma”.
AMÉM.
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