SÃO VICENTE DE PAULO: O CAPELÃO DAS GALÉS
«Em
verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes
meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.»
(Mateus 25:40)1
Como
capelão geral das galeras, São Vicente, certa vez, em Marselha,
condoeu-se de um pobre forçado que chorava por haver deixado mulher
e filhos em extrema miséria. São Vicente, que estava disfarçado,
ofereceu-se para ficar em lugar do condenado, libertando-o para
voltar à família.
O
Santo acorrentou o pé esquerdo, e o prendeu à palanqueta, e
prosseguiu viagem com os demais condenados. Foi logo, porém,
reconhecido, e posto em liberdade.
Para
evitar os comentários, ele deixou a cidade de Marselha, voltando à
Paris, à casa dos Gondi.
Este
ato de heroísmo salvou o pobre condenado, mas para o resto da vida
lhe sobrou penosa marca: a inchação permanente dos pés do Santo
foi motivada pelo peso das correntes que teve de suportar quando
voluntário forçado.
Em
1622, durante o inverno, o padre Vicente resolveu pregar as Missões
nas galeras reais. O momento era propício para pregar aos
condenados. São Vicente pediu ao arcebispo de Bordéus vinte padres
para esse trabalho missionário. Foram eles distribuídos de dois a
dois por galera. Com o piedoso estímulo, com palavras simples,
humildes e persuasivas, as missões fizeram um grande bem àqueles
infelizes forçados, esquecidos do mundo e só lembrados pela
abençoada inspiração de São Vicente de Paulo.
Em
1623, foi São Vicente nomeado capelão geral das galeras. Viviam,
aí, os condenados como verdadeiros animais … Os trabalhos dos
humildes padres, chefiados por São Vicente de Paulo, chegaram aos
ouvidos do grande rei da França, Luís XIII. Este mandou chamar o
general das galeras a fim de cientificar-se dos trabalhos do padre
Vicente. Ficou o rei encantado. São Vicente de Paulo visitou todas
as prisões do Mediterrâneo. Tão grande foi a mudança verificada
entre os forçados, que jamais, no mundo, aconteceria coisa igual!
Eram
vinte as galeras do Levante, remadas por 300 [homens] forçados, cada
uma. Viviam elas à cata de navios piratas que coalhavam o mar
Mediterrâneo.
Vinham
os forçados de longe, a pé, muitas vezes doentes e famintos.
Chegados a Marselha, ponto final da concentração, eram entregues à
própria sorte. Se doentes, eram atirados ao próprio mar, para não
darem mais trabalho.
São Vicente de Paulo, o sacerdote exemplar, foi o anjo de Céu que veio habitar entre eles, ensinando-lhes o caminho da salvação!
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FONTE:
livro “S. Vicente de Paulo (O Sacerdote Exemplar)”,
Messias Gonçalves Teixeira, Esdeva Empresa Gráfica Ltda., Juiz de
Fora-MG, 1980, pp. 27 e 116-117 – Título e texto elaborados, a
partir de dois capítulos da obra: “São Vicente, Capelão-Geral
das Galeras e Ato Heróico de São Vicente de Paulo. Texto
atualizado e a citação bíblica é nossa.