Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

terça-feira, 15 de setembro de 2020

VIRGEM IMACULADA, “UMA ESPADA TRANSPASSARÁ TUA ALMA”

 VIRGEM IMACULADA, “UMA ESPADA TRANSPASSARÁ TUA ALMA”

(Hoje, 15 de Setembro, comemora-se Nossa Senhora das Dores ou as Sete Dores de Maria Santíssima)

Quem poderá imaginar ou descrever os transportes de júbilo e alegria que dominam uma jovem mãe, junto ao berço do primogênito?

É tal o êxtase que até parece que sua vida deixa de existir, para dar lugar ao pequenino. Com imensa ternura lhe vai segregando uma e muitas vezes: “Meu querido filhinho ...” Toda a sua existência concentra-se no zelar pelo ente adorado, conservando-lhe, com extremos de carinho, a preciosa vida, educando-o para que um dia possa ser útil à sociedade, galgando posto de destaque e vivendo feliz e honrado por todos.

Para a mãe a felicidade do filho é seu viver e o sofrimento do filho é seu pesar.

Junto da gruta de Belém, na noite de Natal, a Virgem experimenta inefáveis doçuras da maternidade, embalando em seus braços o próprio Deus-Menino e chamando-o, com tanta ternura, seu bem-amado Filhinho. Haverá na terra ou entre os santos e anjos do céu quem possa compreender a divina felicidade da Bendita entre as mulheres, apertando em seu peito o seu diletíssimo Jesus?

Apresentação do Senhor e Purificação
de Maria (Camillo Procaccini)
Maria Santíssima, porém, mesmo nas maravilhas e encantos da maternidade, vividos em torno do Infante Divino, não esquece a palavra dada a Deus, no dia da Anunciação, de que seria sua escrava: escrava para ser Mãe de Deus, escrava para apresentá-lo ao sacrifício, escrava para as dores do Calvário.

Pio X destaca esta santa missão da Virgem admiravelmente, na Encíclica Ad diem illum, de 2 de fevereiro de 1904:

À Virgem Santíssima não somente coube a glória de haver ministrado a substância de sua carne ao Unigênito do Eterno, que devia nascer homem; mas igualmente teve a missão de zelar e conservar esta hóstia e, ao tempo devido, apresentá-la ao sacrifício.

Deus lhe lembra de sua missão, quando apenas volvidos 40 dias do nascimento do Filho, vai ao templo e, numa oferta total, entrega e consagra solene e oficialmente o seu Jesus ao Eterno Padre.

São Lucas nos descreve esta oferta no capítulo II, 22-24, do seu Evangelho:

E concluídos que foram os dias da purificação segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para o apresentar ao Senhor, conforme o que foi prescrito na lei do Senhor: “Todo o primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”, e para oferecerem em sacrifício, conforme o que foi prescrito na lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.

Maria compreende a diferença essencial que existe entre o seu oferecimento e o das outras mães. Pois estas cumpriam uma cerimônia: ofereciam os filhos, e em seguida os tornavam a receber, pagando o resgate.

Maria sabe que oferece seu Filho para a morte, e que Deus o aceita, e que a morte infalivelmente será executada.

Pela boca do velho Simeão, Deus lhe manifesta que também ela acompanhará os martírios da Vítima com sofrimentos inauditos: pois lhe diz o santo: “E uma espada transpassará a tua própria alma”.

A participação que a Virgem terá nos sofrimentos do Filho, Leão XIII a expõe na encíclica Jucunda semper expectatione, de 8 de setembro de 1894:

Quando se ofereceu a Deus como escreva para a missão dr mãe, ou quando se ofereceu com seu Filho como total holocausto no templo, desde esses fatos, se tornou coparticipante da laboriosa obra de expiação do gênero humano.

Pelo que não se pode duvidar da sua máxima participação, em espírito, das terríveis angústias e sofrimentos do Filho.


Aliás, aquele divino sacrifício, para o qual nutria generosamente do seu sangue a vítima, tinha que consumar-se na sua presença, e à sua vista.

A Mediação Universal exige-lhe uma longa caminhada rumo à cruz; caminhada de trinta e três anos, com seus dias intermináveis de dores e com suas noites prolongadas vigílias.

Embora as riquezas e frutos da Redenção consolem a Virgem e a encorajem, cada vez mais, a se entregar como escrava do Senhor á sua tarefa, contudo, Ela não pode e nem deve esquecer que a Hóstia do sacrifício, que está preparado, é seu próprio Filho.


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FONTE: livro A Medianeira, Pe. Inacio Valle, S.J., Edições Paulinas, 1953, Primeira Parte, pp. 40-43 – Texto revisto e atualizado, com alguns destaques acrescidos.