Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

segunda-feira, 26 de março de 2018

A Virgem Imaculada e a Medalha Milagrosa

O TRADICIONAL HINO MARIANO “STABAT MATER DOLOROSA …” NOS UNE À PAIXÃO DE CRISTO E SUA DOLOROSA MÃE



"Estava a Mãe Dolorosa ...
Olhe e veja se há uma tristeza semelhante à minha tristeza"
(tradução livre)
Diversas imagens e invocações da Virgem Maria salientam o aspecto de sua dor, ao ver o sofrimento e a morte do Filho. Desde muito cedo iniciou-se a devoção a Nossa Senhora das Dores. Sua imagem recorda as palavras do profeta Simeão, no templo de Jerusalém, na apresentação do Menino: «Uma espada transpassará a tua alma».

Ela contemplou Jesus nos momentos de dor – flagelação e crucifixão – e ela mesma viveu muitas dores: a perseguição de Herodes; a fuga para o Egito; a perda do Filho aos 12 anos, na peregrinação a Jerusalém; a morte e sepultamento dele. O povo sofrido e constantemente em contato com as "dores" da vida se identifica enormemente com a Virgem Santíssima. Com ela também se consola e fortalece, pois o sofrimento é caminho para a glorificação!

Stabat Mater (do latim "Estava a Mãe") é uma sequencia do século XIII, atribuído ao franciscano Frei Jacopone de Todi. O poema começa com as palavras Stabat Mater dolorosa ("estava a Mãe dolorosa"), e fala do sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, durante a crucificação. Existe também o hino "Stabat Mater speciosa" ("estava a Mãe formosa"), atribuído ao mesmo autor, que contempla as alegrias de Maria junto ao Presépio.

O poema foi musicado por muitos compositores, como Antonio Vivaldi, Rossini, Dvořák e Pergolesi, Giovanni Pierluigi da Palestrina, Marc-Antoine Charpentier, Joseph Haydn, Emanuele d'Astorga, Charles Villiers Stanford, Charles Gounod, Krzysztof Penderecki, Francis Poulenc, Karol Szymanowski, Alessandro Scarlatti (1724), Domenico Scarlatti (1715), Pedro de Escobar, František Tüma, Arvo Pärt, Josef Rheinberger, Giuseppe Verdi, Zoltán Kodály, Trond Kverno (1991), Salvador Brotons (2000), Hristo Tsanoff, Bruno Coulais (2005), e mais recentemente Karl Jenkins.

A maioria do que existe escrito sobre o Dolorosa atribui a autoria do hino a Frei Jacopone de Todi, um franciscano que morreu em 1306. A Igreja só aprovou oficialmente seu uso litúrgico em 1727, quando foi incluído no Breviário Romano e no Missal para a Festa das Sete Dores, dividido em Vésperas (Stabat mater dolorosa), Matinas (Sancta Mater, istud agas) e Laudes (Virginum virgo praeclara). Entretanto Georgius Stella, chanceler de Genoa (d. 1420) em seus "Annales Genuenses" diz que ele começou a ser usado pelos Flagellantes em 1388. Em 1399 os Albati e os Bianchi já o cantavam na procissão dos Nove Dias em Provence. Parece que o texto foi roubado da Igreja da Sequência pelos heréticos. Se realmente o hino foi escrito por Frei Jacopone, partiu dos conventos para uso popular diretamente, o que não era comum na época.

O hino já teve como prováveis autores São Gregório Magno (604), São Bernardo de Claraval (1153), Inocêncio III (1216), São Boaventura (1274), Frei Jacopone de Todi (1306), o papa João XXII (1334) e Gregório XI (1378). Destes, os mais prováveis são Inocêncio III e Jacopone. Bento XIV atribui sem dúvida a Inocêncio. Mone e Hurler também fazem essa atribuição. Já Dufield (Latin Hymns Writers and Theyr Hymns) e Mearns in Julian (Dictionary of Hymnology) rejeitam. Gregorovius acha que "o intelecto frio e majestoso do papa" não o tornaria capaz de elaborar um poema com tal doçura e suavidade calorosa. São Tomás de Aquino é quem faz uma referência a um manuscrito do século XIV contendo poemas de Jacopone dentre eles um Stabat. O argumento para Jacopone não é satisfatório. Seus hinos, escritos no dialeto umbriano tornaram-se populares e merecem respeito, mas muitos certamente não são seus (é duvidoso até se ele escreveu algum), ou em todo caso, qualquer coisa melhor que imitações de hinos em latim.

O Concílio de Trento e o Papa Pio VII quiseram abolir seu uso litúrgico, provavelmente devido à sua popularidade, e de fato em 1570 foi proibido. O Papa Bento XIII em 1727 autorizou seu retorno para a festa das Sete Dores, realizada no dia 15 de Setembro. Este hino ainda hoje é cantado durante a Quaresma, na recitação e meditação da Via Sacra, entre uma estação e outra. Na Liturgia das Horas, está dividido e distribuído para algumas delas.
"Stabat Mater Dolorosa"

Tradução para o português*:

Estava a Mãe dolorosa, junto à cruz, lacrimosa,
Da qual pendia o Filho.
A espada atravessava
Sua alma agoniada, entristecida e dolorida.

Quão triste e aflita estava ali a bendita,
Mãe do Unigênito!
Quão abatida, sofrida e trêmula via
O sofrimento do Filho divino.

Qual é o vivente que não chora,
Vendo a Mãe do Cristo em tamanho suplício?
Quem não ficaria triste,
Contemplando a mãe aflita, padecendo com seu Filho?
Por culpa de sua gente, ela viu Jesus torturado,
Submetido a flagelos.


Viu o Filho muito amado, morrendo abandonado,
Entregando o seu espírito.
Mãe, fonte de amor, que eu sinta a força da dor
Para poder contigo pranteá-lo.

Faz arder meu coração devido à partida do Cristo Deus,
Para que o possa agradar.
Santa Mãe, dá-me isto: trazer as chagas do Cristo
Cravadas no coração.

Com teu Filho, que por mim morre assim,
Quero o sofrimento partilhar.
Dá-me contigo chorar pelo crucificado
Enquanto vida eu tiver.

Junto à cruz quero estar e me juntar
Ao teu pranto de saudade.
Virgem das virgens radiante, não te amargures:
Dá-me contigo chorar.

Que a morte de Cristo permita,
Que de sua paixão eu partilhe,
E que suas chagas possa venerar.
Que pelas chagas eu seja atingido e pela Cruz inebriado
Pelo amor do Filho.

Animado e elevado por ti Virgem, eu seja defendido
No dia do juízo.
Amém.




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FONTE: http://www.salvemaliturgia.com/2012/09/stabat-mater-dolorosa.html (O título é nosso e o texto foi revisto)



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*Omitimos o texto em latim

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