LEVEMOS A MEDALHA MILAGROSA
A Medalha Milagrosa |
É
a recomendação de Maria mesma a Catarina Labouré:
“Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. As pessoas que a trouxerem ao pescoço receberão muitas graças. As graças serão mais abundantes para as que a usarem com confiança”1.
Maria
em pessoa pede, portanto, que se leve a Medalha, e indica de que
modo.
Usar
a Medalha, da forma recomendada pela Virgem, é uma manifestação de
autêntica devoção às imagens sagradas, como deseja a Igreja. O 2º
Concílio Ecumênico de Nicéia em 7872,
defendeu a devoção católica às imagens dos santos contra os
iconoclastas. É que essa devoção não se opõe à lei do Antigo
Testamento que proibia imagens esculpidas e outras representações
da divindade. Na verdade, depois da Encarnação, Deus assumiu uma
humanidade que pode ser representada.
Ícone russo do II Concilio Ecumênico de Nicéia, 787, (Convento de Novodevichy, Moscou) |
Por
outro lado, às imagens pintadas ou esculpidas de Jesus, da Virgem e
dos Santos são tributadas apenas um culto relativo: não é o pedaço
de metal ou papel pintado que é venerado, mas a pessoa assim
representada, e nos convida a honrá-la. É o que acontece quando tomo
comigo e abraço uma fotografia da minha mãe; meu ato de piedade
filial não se dirige à fotografia que a representa, mas à minha
mãe pessoalmente.
Ademais,
é um gesto tão natural e às vezes tão necessário entre os seres
humanos, mesmo ao mais equilibrado, carregar consigo a fotografia de
um ente querido, especialmente a da própria mãe. Como então o
cristão não deve levar a imagem de sua Mãe do Céu, Maria? E,
principalmente, essa imagem que é a Medalha
Milagrosa,
a qual a própria Virgem indicou como desejava ser representada? Sem
se mencionar que a Medalha é uma imagem de grande riqueza teológica!
É a síntese brilhante e verdadeiramente inspirada do Alto de toda a
teologia mariana, como a Igreja nos apresenta.
Além
disso, a própria Igreja abençoou esta Medalha. Sua grande oração
litúrgica sanciona a recomendação da Virgem e a transformou em um
sacramental carregar com fé e confiança a imagem da Virgem. Um
sacramental é um meio instituído ou aprovado pela Igreja e
santificado por ela, para animar nossa fé e nossa oração e assim
atrair a graça sobre nós.
A
Igreja sabe muito bem que precisamos de sinais externos para
despertar nossa oração. Sabe que somos seres sensíveis e que
precisamos ver, tocar, beijar um crucifixo, uma medalha, para fazer
brotar nossa fé e nosso amor por Jesus, por Maria...
"Agora, é preciso propagar essa Meda- lha", palavras de Santa Catarina Labou- ré diante da notícia das primeiras meda- lhas cunhadas, em 1832. |
Precisamente,
porque carregar a Medalha
Milagrosa
nos ajuda eficazmente a termos uma atitude filial e amorosa em
relação à nossa Mãe dos Céus. Todos aqueles que a carregam têm
provado e podem dar testemunho. Quantas vezes ao se levantar não se
esquece uma das orações da manhã! Mas aquele que leva a Medalha
Milagrosa
ao pescoço naturalmente é chamado à ordem, e, assim, é levado
novamente a pensar em Maria e em Jesus. Embora seja um pensamento
rápido e uma breve oração, o dia começou com Maria, com Deus.
O
mesmo ocorre ao longo do dia: Quantas vezes ao olhar a Medalha que
trazemos conosco nosso pensamento se eleva ao sobrenatural, e nos
move a fazer uma breve oração a Maria, sobretudo se levamos a
Medalha de maneira visível!
Quem
poderá dizer que conhece as inúmeras graças que essas invocações
rápidas e filiais (da jaculatória) terão atraído sobre nós,
especialmente se forem recitadas com confiança? E quem saberá dizer
as invocações e as boas inspirações que despertam nossa Medalha
naqueles que nos veem levá-la? E quem vai dizer a atitude respeitosa
que muitas vezes um noivo, um marido, se sente obrigado a adotar
frente à pessoa que ama, mas porquê o vê sob a proteção de
Maria, cuja Medalha está lhe lembrando sua dignidade cristã!
Sim,
vamos levar a Medalha
Milagrosa
com confiança. A Igreja e Maria, Mãe da Igreja, sabem o que fazem,
quando recomendam seus filhos a levá-la com fé e confiar neste
sinal bendito que convida à oração, atrai a graça para a alma e
muitas vezes protege também o corpo.
____Padre
René Laurentin(*)
(*) O Pe. René Laurentin, teólogo e o mais importante especialista nas aparições da Virgem Imaculada de Lourdes, faleceu no último dia 10 de Setembro, aos 99 anos de idade, deixando um valioso conteúdo literário sobre tais aparições e outros aspectos da mariologia.
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1Palavras
ouvidas por Santa Catarina Labouré na segunda Aparição da
Santíssima Virgem, em 27 de Novembro de 1830.
2
Definição
do II Concílio de Nicéia (787).
Actio
VII:
“Caminhando como que por uma estrada real e seguindo a doutrina
divinamente inspirada de nossos santos padres e a tradição da
Igreja (porque sabemos que sua tradição é a do Espírito Santo
que habita na Igreja) definimos, com todo o cuidado e exatidão, que
as veneráveis e santas imagens são erigidas da mesma maneira que a
figura da preciosa e vivificante cruz; imagens pintadas, feitas em
mosaico ou de outro material conveniente, nas santas igrejas de
Deus, sobre vasos e vestimentas sagradas, em paredes e quadros, em
casas e ao lado das estradas; imagens de nosso Senhor e Deus e
Salvador Jesus Cristo e de nossa imaculada Senhora, a santa Genitora
de Deus, dos veneráveis anjos e todos os homens santos. Com efeito,
quanto mais são contemplados por meio de tais representações
tanto mais os que os contemplam são incitados a refletir nos seus
originais, a suspirar por eles e a tributar às imagens o tributo de
uma saudação e a reverência da honra, sem tributar-lhes a
verdadeira adoração que está de acordo com nossa fé e que é
devida somente à natureza divina; mas, assim como às figuras da
venerável e vivificante Cruz, ao santo Evangelho e aos outros
monumentos sagrados, assim também a essas imagens devemos conceder
a honra do incenso, o oferecimento de luzes, como piedoso costume
que foi da Antiguidade. Pois as honras tributadas às imagens
passam aos seus originais e aquele que adora uma imagem adora a
pessoa nela pintada... “ (cf.
https://www.ecclesia.com.br/biblioteca/documentos_da_igreja/a_controversia_iconoclasta.html)
FONTE: Excerto do artigo publicado em espanhol sob o título “Medalla Milagrosa: Explicación de las Apariciones”, de autoria do Pe. René Laurentin, capturado em http://www.misevi.org/docs_web/esp/art/mm_explicacion/mm_explicacion_total.htm , traduzido e adaptado por nós para o português do Brasil. As notas de rodapé são nossas, assim como os destaques