Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

LEVEMOS A MEDALHA MILAGROSA


A Medalha Milagrosa
É a recomendação de Maria mesma a Catarina Labouré:
Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. As pessoas que a trouxerem ao pescoço receberão muitas graças. As graças serão mais abundantes para as que a usarem com confiança1.

Maria em pessoa pede, portanto, que se leve a Medalha, e indica de que modo.

Usar a Medalha, da forma recomendada pela Virgem, é uma manifestação de autêntica devoção às imagens sagradas, como deseja a Igreja. O 2º Concílio Ecumênico de Nicéia em 7872, defendeu a devoção católica às imagens dos santos contra os iconoclastas. É que essa devoção não se opõe à lei do Antigo Testamento que proibia imagens esculpidas e outras representações da divindade. Na verdade, depois da Encarnação, Deus assumiu uma humanidade que pode ser representada.
Ícone russo do II Concilio Ecumênico de
Nicéia, 787, (Convento de Novodevichy,
Moscou
)

Por outro lado, às imagens pintadas ou esculpidas de Jesus, da Virgem e dos Santos são tributadas apenas um culto relativo: não é o pedaço de metal ou papel pintado que é venerado, mas a pessoa assim representada, e nos convida a honrá-la. É o que acontece quando tomo comigo e abraço uma fotografia da minha mãe; meu ato de piedade filial não se dirige à fotografia que a representa, mas à minha mãe pessoalmente.

Ademais, é um gesto tão natural e às vezes tão necessário entre os seres humanos, mesmo ao mais equilibrado, carregar consigo a fotografia de um ente querido, especialmente a da própria mãe. Como então o cristão não deve levar a imagem de sua Mãe do Céu, Maria? E, principalmente, essa imagem que é a Medalha Milagrosa, a qual a própria Virgem indicou como desejava ser representada? Sem se mencionar que a Medalha é uma imagem de grande riqueza teológica! É a síntese brilhante e verdadeiramente inspirada do Alto de toda a teologia mariana, como a Igreja nos apresenta.

Além disso, a própria Igreja abençoou esta Medalha. Sua grande oração litúrgica sanciona a recomendação da Virgem e a transformou em um sacramental carregar com fé e confiança a imagem da Virgem. Um sacramental é um meio instituído ou aprovado pela Igreja e santificado por ela, para animar nossa fé e nossa oração e assim atrair a graça sobre nós.

A Igreja sabe muito bem que precisamos de sinais externos para despertar nossa oração. Sabe que somos seres sensíveis e que precisamos ver, tocar, beijar um crucifixo, uma medalha, para fazer brotar nossa fé e nosso amor por Jesus, por Maria...
"Agora, é preciso propagar essa Meda-
lha
", palavras de Santa Catarina Labou-
ré diante da notícia das primeiras meda-
lhas cunhadas, em 1832.

Precisamente, porque carregar a Medalha Milagrosa nos ajuda eficazmente a termos uma atitude filial e amorosa em relação à nossa Mãe dos Céus. Todos aqueles que a carregam têm provado e podem dar testemunho. Quantas vezes ao se levantar não se esquece uma das orações da manhã! Mas aquele que leva a Medalha Milagrosa ao pescoço naturalmente é chamado à ordem, e, assim, é levado novamente a pensar em Maria e em Jesus. Embora seja um pensamento rápido e uma breve oração, o dia começou com Maria, com Deus.

O mesmo ocorre ao longo do dia: Quantas vezes ao olhar a Medalha que trazemos conosco nosso pensamento se eleva ao sobrenatural, e nos move a fazer uma breve oração a Maria, sobretudo se levamos a Medalha de maneira visível!

Quem poderá dizer que conhece as inúmeras graças que essas invocações rápidas e filiais (da jaculatória) terão atraído sobre nós, especialmente se forem recitadas com confiança? E quem saberá dizer as invocações e as boas inspirações que despertam nossa Medalha naqueles que nos veem levá-la? E quem vai dizer a atitude respeitosa que muitas vezes um noivo, um marido, se sente obrigado a adotar frente à pessoa que ama, mas porquê o vê sob a proteção de Maria, cuja Medalha está lhe lembrando sua dignidade cristã!

Sim, vamos levar a Medalha Milagrosa com confiança. A Igreja e Maria, Mãe da Igreja, sabem o que fazem, quando recomendam seus filhos a levá-la com fé e confiar neste sinal bendito que convida à oração, atrai a graça para a alma e muitas vezes protege também o corpo.


____Padre René Laurentin(*)



(*) O Pe. René Laurentin, teólogo e o mais importante especialista nas aparições da Virgem Imaculada de Lourdes, faleceu no último dia 10 de Setembro, aos 99 anos de idade, deixando um valioso conteúdo literário sobre tais aparições e outros aspectos da mariologia.




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1Palavras ouvidas por Santa Catarina Labouré na segunda Aparição da Santíssima Virgem, em 27 de Novembro de 1830.

2 Definição do II Concílio de Nicéia (787). Actio VII: “Caminhando como que por uma estrada real e seguindo a doutrina divinamente inspirada de nossos santos padres e a tradição da Igreja (porque sabemos que sua tradição é a do Espírito Santo que habita na Igreja) definimos, com todo o cuidado e exatidão, que as veneráveis e santas imagens são erigidas da mesma maneira que a figura da preciosa e vivificante cruz; imagens pintadas, feitas em mosaico ou de outro material conveniente, nas santas igrejas de Deus, sobre vasos e vestimentas sagradas, em paredes e quadros, em casas e ao lado das estradas; imagens de nosso Senhor e Deus e Salvador Jesus Cristo e de nossa imaculada Senhora, a santa Genitora de Deus, dos veneráveis anjos e todos os homens santos. Com efeito, quanto mais são contemplados por meio de tais representações tanto mais os que os contemplam são incitados a refletir nos seus originais, a suspirar por eles e a tributar às imagens o tributo de uma saudação e a reverência da honra, sem tributar-lhes a verdadeira adoração que está de acordo com nossa fé e que é devida somente à natureza divina; mas, assim como às figuras da venerável e vivificante Cruz, ao santo Evangelho e aos outros monumentos sagrados, assim também a essas imagens devemos conceder a honra do incenso, o oferecimento de luzes, como piedoso costume que foi da Antiguidade. Pois as honras tributadas às imagens passam aos seus originais e aquele que adora uma imagem adora a pessoa nela pintada... “ (cf. https://www.ecclesia.com.br/biblioteca/documentos_da_igreja/a_controversia_iconoclasta.html)





FONTE: Excerto do artigo publicado em espanhol sob o título “Medalla Milagrosa: Explicación de las Apariciones”, de autoria do Pe. René Laurentin, capturado em http://www.misevi.org/docs_web/esp/art/mm_explicacion/mm_explicacion_total.htm , traduzido e adaptado por nós para o português do Brasil. As notas de rodapé são nossas, assim como os destaques